Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

Sejam bem-vindos !

sábado, 10 de dezembro de 2011

Relatório do dia 29/11/2011 - Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 29 de novembro de 2011, às 09h e 15min, teve início o Encontro do Grupo Independente. Ele contou com a presença de dezesseis (16) professores, bem como de três bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O encontro foi coordenado pelo Professor Alexandre Fernandez Vaz e teve como tema um diálogo com o Professor Valter Bracht acerca do trabalho intitulado “Do abandono pedagógico às experiências inovadoras: lacunas e caminhos para a Educação Física Escolar”, de Felipe Quintão de Almeida.
Inicialmente Alexandre fez uma fala comentando sobre a importância daquele momento para a formação de todos os presentes e elogiou a iniciativa do grupo em valorizar a presença de um professor como Valter Bracht. Valter “possui doutorado - Universität Oldenburg (1990). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Espírito Santo, onde coordena o Laboratório de Estudos em Educação Física do CEFD. Foi presidente do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (1991/93 e 1993/95). Tem experiência na área de Educação Física, atuando principalmente nos seguintes temas: educação física escolar, formação continuada de professores, educação e epistemologia” (Currículo Lattes do Professor).
O encontro foi dividido em dois momentos distintos, no primeiro Valter fez uma fala explicando alguns pontos presentes no texto supracitado e posteriormente foi aberta a possibilidade de questionamentos, não limitados ao assunto discutido.
Valter iniciou sua fala comentando que uma das formas encontradas por ele para manter o contato com a escola e sua realidade é através destas conversas com professores, outra é a partir dos seus orientandos e suas pesquisas, por fim através de seus filhos que estudam em colégio públicos, possibilitando assim uma aproximação a este universo. Valter destacou ainda que a formação continuada é muito importante para o trabalho pedagógico dos professores, agradecendo assim o convite feito.
A conversa foi baseada em dois aspectos presentes no texto, foram eles o desinvestimento e a inovação pedagógica. Ao falar sobre o desinvestimento pedagógico ele comenta que nos últimos anos (mais intensamente) ocorreu um tipo de prática entre os professores de Educação Física configurando um certo abandono docente, surgiam os chamados “professor rola bola”, que em sua aula apenas oferecem uma bola para que os alunos brinquem "livremente", gerando um abandono do compromisso com a prática, de maneira que a aula passou a não mais se configurar como tal.
Ao se falar sobre esse fenômeno era comum a culpa recair sobre o professor, ocorria certa afirmação no sentido de que ele não teria um compromisso pedagógico para com sua aula, assim pessoalizando o mesmo. No entanto segundo Valter esta é uma explicação não produtiva, muito vaga, incompleta para explicar tal realidade tão complexa. É importante pensar em um conjunto de fatores que contribuem para esse desinvestimento. Para Valter o movimento renovador involuntariamente contribuiu para este fenômeno, visto que na década de 1970 a formação ocorria de maneira muito tradicional, tecnicista, formatada em um tipo de padrão metodológico, os professores tinham claro sua função, bem como o que deviam ensinar em suas aulas (o método se resumia em: aquecimento, parte principal e volta calma). O sucesso do professor, naquela época, era frequentemente medido pelo desempenho de seus alunos em jogos escolares. Foi então que apareceu o movimento renovador, que veio para criticar aquele modelo de Educação Física. Desta forma tira-se a certeza do que é Educação Física, causando um hiato, apelando para uma "maior autonomia" do professor, deixando-o muitas vezes sem saber o que fazer.
Ao se voltar mais especificamente para a pesquisa realizada, Valter explica que muitos professores abandonam a docência devido a doenças causadas pelo trabalho, entre outros, no entanto salienta que a investigação foi feita com aqueles professores que adoecem mas não abandonam, continuam ministrando aulas, mas desinvestidos. Não largam seu posto de trabalho, mas abandonam o compromisso com a qualidade docente.
Este desinvestimento pode ocorrer em diferentes momentos, um deles é assim que o professor sai da Universidade e vai dar aulas, quando ocorre um choque de realidade em que não se tem os materiais, espaços adequados, quantidades de alunos muito mais elevada do que se tinha nas simulações da graduação. Muitos professores já abandonam aí, os que não o fazem continuam seu trabalho com uma maior segurança depois de algum tempo e experiências. Outra fase em que pode ocorrer o desinvestimento é próximo à aposentadoria, quando o professor começa a questionar todo o seu trabalho, às vezes não se sente realizado com o que faz e principalmente não vê a hora de se aposentar, esse momento pode ser acompanhado pelo sentimento de frustração.
Valter destaca que este fenômeno é chamado de estado de desinvestimento, visto que pode ocorrer em qualquer momento da carreira, ou nem mesmo acontecer. Afirma que ao irmos analisar uma prática não podemos fazer isso tomados de preconceito, já que muitas vezes a prática pode parecer de desinvestimento, mas não se configurar realmente como tal.
Segundo Valter, existem inúmeras características que afirmam o desinvestimento, dentre elas podemos citar a dispensa dos alunos das aulas (na forma de sua substituição por atividades em outras instituições, como academias e clubes), as aulas que sempre ocorrem de maneira igual para todas as séries, os professores que se fazem presentes, mas não dão aula, entre outros. Uma das maneiras de o professor justificar suas atitudes é por meio da crença no imediato valor educativo do esporte, assim, ao largar uma bola para as crianças ele acredita estar de alguma forma as educando. A partir destas características o professor deixa de encontrar em seu trabalho uma realização para sua vida, não investindo mais em sua profissão.
Ao falar sobre os elementos que contribuem para o desinvestimento, Valter salienta que não se tem uma causa para o fenômeno, mas sim elementos que combinados ajudam a compreendê-lo. Alguns destes elementos se fazem comuns para a maior parte dos professores. São eles, principalmente (retirados do texto “Do abandono pedagógico às experiências inovadoras: lacunas e caminhos para a Educação Física Escolar”, de Felipe Quintão de Almeida.):

1. Falta de investimento na formação docente.
2. Remuneração salarial defasada.
3. Formação acadêmica (inicial) inadequada.
4. Alta rotatividade dos professores entre as escolas (Designações Temporárias- DT).
5. Ambientes de trabalhos inseguros e violentos.
6. Mudança radical na relação entre os professores e os alunos.
7. A exigência de cumprir múltiplos papéis sociais dentro da escola (muitos dos quais, antes, eram de responsabilidade da família).
8. Relações interpessoais conflituosas com colegas de trabalho.
9. Ausência de condições materiais para o exercício da profissão.
10. Ausência de trabalho coletivo: o trabalho isolado e independente dos professores dificulta a construção de projetos interdisciplinares, colaborativos e participativos.
11. Tomadas de decisão centradas na figura dos gestores administrativos da escola, sem considerar as decisões e os saberes dos professores.
12. Relação do tipo "tarefeira" estabelecida entre os professores e a equipe de gestão pedagógica. As principais exigências feitas orientam-se pelo cumprimento de tarefas mais burocráticas (entrega de planos de ensino, das pautas de chamadas e de notas).

Ao falar sobre esses elementos, Valter destaca alguns, afirmando que o preconceito contra o magistério, o ser professor, é muito grande e a falta de reconhecimento culmina em uma baixa autoestima dos professores. Valter afirma já ter escutado a seguinte frase “Se você não sabe fazer nada, vai ser professor” o que reafirma uma visão preconceituosa sobre a profissão. Em algumas instituições há um preconceito da parte docente em relação ao professor de Educação Física, notamos este fenômeno quando o mesmo não se reuni na sala dos professores e acaba ficando a maior parte em uma salinha especial da área, ou até quando o salário deste profissional é inferior aos dos outros professores. Foi comentado também sobre a dificuldade que o professor tem em reagir às mudanças comportamentais dos alunos, bem como sobre a hipertrofia curricular, em que a escola passa a assumir papéis antes destinados a família. No entanto quando se trata da Educação Física ocorre um macrofator que contribui para o desinvestimento, ele diz respeito a posição que a Educação Física ocupa na cultura escolar. Valter destaca que o professor tem que lutar pelo reconhecimento da sua disciplina e de seu trabalho, mostrando a todos que a Educação Física tem papel relevante, é um conhecimento importante. Para haver este reconhecimento é essencial conhecer, desta forma o professor não deve manter-se isolado no trabalho pedagógico.
Valter nos lembra então que a participação em grupos de estudos e formação continuada auxilia o professor a sair da situação de desinvestimento, passando assim a acreditar mais em sua prática pedagógica e perceber seu lugar na escola.
O segundo aspecto presente no texto e que serviu como base para a conversa foi o da inovação pedagógica. Valter nos chamou atenção para o fato de que em um mesmo contexto em que existem muitos professores em situação de desinvestimento há aquele professor que constrói uma prática inovadora. Segundo levantamentos realizados, as práticas inovadoras são predominantes entre as mulheres e nos anos iniciais, ocorrem mais facilmente entre aqueles professores que não tiveram sua formação inicial baseada unicamente no esporte, mas que tenham tido experiências com dança, teatro, circo, entre outras, tendo assim uma formação cultural mais ampla.
Uma das características presentes nestes professores é a de não ter "medo da teoria" e sim possuir uma postura positiva frente a ela, vendo-a como uma aliada a sua prática pedagógica. Além disso, eles buscam a participação dos alunos frente às questões presentes na aula, problematizando-as com o conteúdo. Tentam a todo momento fazer a Educação Física ser reconhecida como um conhecimento importante dentro da escola.
Segundo Valter, a pesquisa realizada ajuda a pensar e a entender a importância e de que forma devem ocorrer a formação continuada, bem como a formação inicial dos professores.
Após a conversa inicial foi aberto um espaço para se tirar dúvidas sobre o assunto explanado, bem como levantar outras questões mesmo que sem ligação direta com o tema. Muitos professores levantaram questões, citamos aqui algumas delas, não considerando as demais menos importantes. (- perguntas feitas pelos professores; * falas do Valter).
- O coletivo poderia minimizar este desinvestimento?
* Temos que tomar cuidado para não eximir de responsabilidade o professor. Ele tem responsabilidade quanto a sua prática pedagógica, ao perceber que aquilo não faz mais sentido para ele, o mesmo deve procurar outra coisa para fazer.

- Como chamar e despertar interesse nos professores para a participação na formação continuada?
* Este é um dilema. Políticas de formação compulsórias têm pouca adesão por parte dos professores. A formação continuada deve ocorrer por adesão voluntária, tendo apoio institucional, tomando como lócus a própria unidade. Deveria ocorrer também uma ascensão na carreira a partir da formação continuada.
* A Educação Infantil tem uma tarefa mais difícil do que a do Ensino Fundamental, visto que na formação inicial este segmento não é tão abordado. Este tipo de iniciativa (Grupo Independente) é uma tentativa de melhorar isto. A identidade do profissional da Educação Física geralmente não é estruturada em sua formação inicial, sendo desta forma importante pensar o que se está fazendo nela que não vem interferindo na formação/identidade do professor. Talvez uma forma de amenizar isso fosse fazer com que o aluno tenha um contato maior e mais inicial com a realidade escolar durante sua formação.
* Os programas de formação continuada são importantes e sua modalidade deveria ser baseada na pesquisa-ação. Na formação inicial há uma tentativa de formar um professor reflexivo, no entanto os alunos muitas vezes não conseguem articular a teoria à prática, neste sentido é importante que o acadêmico assuma a sua formação, pensando melhor neste processo.
* Fez-se importante propor questões da Educação Física aos pedagogos, normalmente colocamos questões da Educação em geral para a Educação Física e não o contrário.
* Falta para a formação dos professores eles escreverem mais sobre suas práticas.
* “É importante se gastar com educação, se não for prioridade, não é educação”.
Em nome de todo o Grupo Independente agradecemos a disponibilidade dos professores Alexandre e Valter a participar e engrandecer nosso último encontro do ano.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

II Seminário Educação dos Corpos, Culturas, História

O Núcleo de Estudos e Pesquisa Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq), juntamente com os Programas de Pós-graduação em Educação e Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, com apoio da FAPESC, convidam para o II SEMINÁRIO EDUCAÇÃO DOS CORPOS, CULTURAS, HISTÓRIA, que se realizará no Auditório do CDS e no Mini-auditório do CFH da UFSC entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro de 2011. O evento é aberto à comunidade e as inscrições são gratuitas.

PROGRAMAÇÃO E INSCRIÇÃO NO BLOG - http://nucleodeestudosepesquisas.blogspot.com/

Relatório do dia 22/11/2011 - Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 22 de novembro de 2011, às 10h, teve início o Encontro do Grupo Independente (GI). Ele contou com a presença de quatro (5) professores, bem como de duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
Nesse encontro estava em pauta a avaliação de 2011 e planejamento para 2012. Visando um melhor aproveitamento e participação nos encontros do GI, duas professoras deram a ideia de no próximo ano os encontros fossem realizados uma vez ao mês, ao invés de quinzenalmente como vinha ocorrendo, as professoras presentes apoiaram a idéia e assim ficou decidido. As datas dos encontros serão escolhidas de forma que se alternem às dos de Formação Continuada da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis
O Planejamento de 2012 foi pensado para os encontros do GI terem início no mês de março e ocorrerem na primeira terça-feira de cada mês, no entanto esta data fica sujeita à mudança conforme o calendário da Formação da Rede.
Para o próximo ano o grupo dividiu o tema de estudo segundo os semestres, desta forma foi decidido estudar no primeiro as Diretrizes Curriculares da Educação Infantil, buscando fazer uma relação entre os Núcleos de Ação Pedagógica e a Educação Física, procurando entender de que forma que eles contribuem para nossa prática e em que medida estão incluídos nela. Para isto serão convidados três (3) professores, cada um ficando responsável por um Núcleo. Após estes três primeiros meses serão realizados relatos de experiência fazendo um paralelo com os Núcleos estudados.
Para o segundo semestre foi decidido convidar dois (2) professores para nos ajudar a aprofundar os estudos sobre corpo, movimento e imaginação, e posteriormente sobre a contribuição da Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento para a Educação Física.
Ao final do ano será realizada uma avaliação sobre este novo modo de dividir os encontros, assim como sobre a mediação de professores convidados para eles.
As professoras almejam ainda produzir e publicar textos relacionados aos estudos e discussões feitas pelo grupo.
O cronograma para 2012 ficou organizado da seguinte forma:
- Dia 6 de março – Estudo sobre o Núcleo: Relações com a Natureza;
- Dia 3 de abril – Estudo sobre o Núcleo: Relações sociais e culturais;
- Dia 8 de maio – Estudo sobre o Núcleo: Linguagem;
- Dia 5 de junho – Relato de experiência da professora Geiza - Jogos de Construção;
- Dia 3 de julho - Relato de experiência da professora Verônica - Dança;
- Dia 7 de agosto – Relato de Experiência e oficina com a professora Adriana - Cirandas;
- Dia 4 de setembro – Estudo sobre corpo, movimento e imaginação (Profº. Mauricio confirmado)
- Dia 2 de outubro – Estudo sobre corpo, movimento e imaginação;
- Dia 6 de novembro – Estudo sobre as contribuições da Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento para a Educação Física;

domingo, 27 de novembro de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 29.11.2011

Data: 29.11.2011


Horário: 09:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro - Auditório


Pauta: Encontro com Valter Bracht

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 22.11.2011

Data: 22.11.2011


Horário: 09:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro


Pauta: Avaliação de 2011 e planejamento para 2012.

Relatório do dia 08/11/2011 - Formação da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 08 de novembro de 2011, às 08h e 30min, teve início o Encontro de Formação Continuada da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. Contou com a presença de 17 professores, bem como de duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O encontro foi coordenado por Alexandre Fernandez Vaz e teve como tema: Educação Física nos núcleos articuladores das Diretrizes Educacionais Pedagógicas para a Educação Infantil (Florianópolis) II. Alexandre iniciou lembrando que aquele seria o último do ano e retomando o que havia sido discutido no Encontro de Formação que apresentou o início da discussão sobre o tema. Ele falou sobre como as Diretrizes são documentos que generalizam a Educação Infantil (EI), por vezes não trazendo as especificidades da Educação Física (EF) dentro deste processo. Ressaltou também que a preocupação das instituições de Educação Infantil é, na maioria das vezes, de proporcionar uma educação integral e integrada, porém é importante pensar qual a função de cada um nessa educação.
Alexandre retomou também um assunto que permanece relativamente em aberto no campo das discussões sobre EI, que seria a especificidade da EF, visto que em alguns momentos os professores desta disciplina acabam por reproduzir o que é trabalhado dentro de sala. Sob este ponto de vista, para que um profissional especializado na área? O inverso também pode acontecer, com a professora regente fazendo atividades que são trabalhadas nos momentos de EF. É importante pensar como essas discussões que estavam inicialmente envoltas pelo universo da EF agora são disseminadas e pensadas por outras áreas do conhecimento e de que forma este novo olhar auxilia a dar pistas para a questão. É importante que as outras áreas do conhecimento vejam, sim, a EF como um conhecimento que não pode ser privado das crianças, talvez assim acabassem as proibições de participar do momento da EF em decorrência de um mau comportamento em sala ou como uma forma de punição relativa a outras situações..
Outro assunto bastante discutido foi com relação à EF de 0 a 3 anos, foi falado sobre como é difícil uma comunicação com a crianças tão pequenas, sobretudo por meio da fala, visto que poucas delas já a dominam. Sobre este assunto é importante destacar que apesar de não falarem, as crianças possuem linguagem e estão constantemente se comunicando por meio dela, porém não podemos projetar nas crianças o que gostaríamos que elas expressassem e interpretar seus sinais por meio desta projeção.
Após esta conversa inicial foram retomados os fundamentos norteadores das Diretrizes Nacionais que seriam, entre outros, a Formação para Autonomia e Formação Ética., Alexandre nos chama atenção ao afirmar que estes elementos presentes nas Diretrizes são da vida pública, essencialmente da vida dos adultos, conceitos que não se aplicam às crianças e não devem ser delas exigidos, já que não têm ainda bem desenvolvida a capacidade de ser justa ou democrática, por exemplo.
O encontro foi voltado então para os Núcleos de Ação Pedagógica, que tem como princípio a Pedagogia da Infância e não da criança. Foi falado também que os Núcleos são importantes, pois procuram materializar na prática os princípios presentes nas Diretrizes.
Alexandre comentou também sobre um erro que vem se repetindo constantemente na educação, também na de zero a cinco anos, que é o referente à generalização do sujeito e à particularização dos conteúdos, quando as crianças são tratadas como iguais em todos os sentidos (um padrão) e quem não aprende é porque não teria condições para tal. É importante ter claro que cada sujeito é único, tem suas especificidades e elas têm que ser consideradas sempre em um planejamento de aula. Destacou também o quão importante é não se ter uma visão de educação etapista, porém, sim, considerar as possibilidades disponíveis para cada idade.
Foram abordadas esquematicamente dois modelos, o escolarizante, encontrado na psicomotricidade, o qual visa correção, ajustamento, para o tempo futuro; e o modelo não escolarizante, visto na Pedagogia da Infância e EI que leva em consideração as necessidades e interesses, possibilidades, participação, tempo presente.
Quando se fala sobre a educação do corpo na infância logo nos remetemos ao momento da EF na EI, mas ela não se dá apenas neste momento, mas sim em toda a rotina da instituição, desde a alimentação, higiene, hora do sono, parque, atividade orientada, e também na EF.
Entrando no conteúdo dos Fundamentos Norteadores – Diretrizes Nacionais, Gisele lembrou que quando é mencionado no documento sobre princípios éticos da autonomia, responsabilidade, princípios políticos dos direitos e deveres da cidadania, do exercício da criatividade e respeito à ordem democrática, entre outros, o destinatário é o adulto/profissional, não a criança.
Os Núcleos de Ação Pedagógica estão categorizados em linguagens: gestual-corporal, oral, sonoro-musical, plástica e escrita; relações sociais e culturais: contexto espacial e temporal, identidade e origens culturais e sociais; natureza: manifestações, dimensões, elementos, fenômenos físicos e naturais – lembrando que o corpo, o próprio organismo faz parte da natureza. Eles se apresentam separados para melhor compreensão, mas devem ser entendidos como constantes e concomitantes.
Após essa conversa, Alexandre pediu para que os professores presentes se reunissem em grupos e conversassem respondendo às perguntas: em que situações de nossa prática encontramos eco nos núcleos de ação pedagógica? E em quais não encontramos? Como e em que os ajudam? Os professores responderam que ajuda a orientar e organizar as experiências e a criarem novas propostas de práticas. Alguns responderam relacionando com as suas práticas na instituição, sendo que o que mais repercutiu foi a linguagem plástica.
Quando se fala em linguagem plástica podemos relacioná-la com a criação de um boi-de-mamão, brinquedos de sucata, desenhos, pinturas, modelagem, entre outros, é a arte de alterar as formas, criar. Uma forma de comunicação mediada pelos sentidos que algumas vezes não alcança a dimensão cognitiva. Alexandre complementa que brincadeira infantil é uma espécie de obra de arte, pois estimula os sentidos, o criar, tem uma estética.
Uma professora diz não encontrar muito eco na linguagem escrita e comenta e pede para que sua colega conte a experiência que vem tendo na sua instituição com esse tipo de linguagem. Santa Helena relatou que depois de seu momento com as crianças, ela escolhe algumas delas para desenharem em uma cartolina o que fizeram naquela aula. Elas escrevem seus nomes, o que fizeram, depois este material é exposto no mural da sala. Uma experiência bem interessante.
Outra professora ainda comentou que para que os núcleos tenham validade, deve haver intencionalidade nas práticas dos professores. Algo bem importante para que a EF seja reconhecida como área do conhecimento.
Por fim houve o encerramento da Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis deste ano, e um agradecimento especial ao professor Alexandre que sempre esteve presente orientando aqueles encontros. Também a Secretaria Municipal recebeu um agradecimento, tanto pro sua relação com os professores, quanto pelas profissionais que deram suporte à formação. Foi lembrado que dia 29/11 haverá uma conversa com o professor Valter Bracht, todos estão convidados!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Relatório do dia 04/11/2011 - Participação do Grupo Independente na disciplina Infância e Educação do Corpo (CED/UFSC)

No dia 04 de novembro de 2011, à 13:30 horas, teve início a apresentação das professoras Adriana, Andrea, Inelve, Michelle e Santa Helena, do Grupo Independente, em uma das turmas da disciplina Infância e Educação do Corpo, do curso de Pedagogia, ministrada pela Luciana Marcassa (CED/UFSC). Estavam presentes na apresentação além das professoras, treze (13) alunas, bem como duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).

Após uma breve apresentação das professoras presentes, Inelve começou a falar sobre o surgimento do Grupo de Estudos Independente da Educação Física na Educação Infantil (GEIEFEI), que ocorreu em agosto de 2004, a partir da necessidade de pensar a Educação Física na Educação Infantil, visto que só os encontros de Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis muitas vezes eram insuficientes para a reflexão sobre as angústias e dúvidas das práticas nas instituições. Inicialmente a ideia partiu de sete (7) professores, que juntos construíram e enviaram um projeto para a Secretaria Municipal de Educação, buscando a oficialização do processo.

Inelve falou que os encontros são organizados para suprir, de alguma forma, a lacuna deixada pela formação oferecida pela Rede, desta forma são realizados estudos de textos, discussões, apresentações de relatos de experiência de professoras. Os membros se auxiliam na construção de uma prática bem sustentada e realizada. Ressaltou que apesar de as aulas de Educação Física da Rede Municipal serem bem diferenciadas em relação ao convencional, as práticas das professoras do GI se permeiam e se constituem por meio de outras tantas das colegas do referido grupo.

A palavra foi passada para professora Adriana que fez uma retrospectiva dos documentos que orientaram a EF da EI na Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, com auxílio de slides contendo as capas desses documentos e uma breve apresentação deles. Foi falado também sobre a produção de textos do GI publicados na revista Motrivivência ¹ e a criação de um documento mais específico para orientar a prática da EF na EI que são as Diretrizes (esta ainda se encontra em fase de construção).

Adriana comentou a necessidade de conhecer um pouco mais esse “ser criança”, havendo a necessidade de diálogo da EF com a Pedagogia, Sociologia, Filosofia, Antropologia. A partir disso trouxe para a apresentação alguns eixos metodológicos que estão presentes em suas práticas. Uma das características da EF é proporcionar às crianças experiências relacionadas à cultura de movimento, podendo perceber expressões desta cultura em práticas como os jogos, esportes, danças, lutas e as dramatizações. Sendo assim, as experiências vivenciadas nos encontros de EF tem por objetivo construir possibilidades de movimentos com o corpo a partir daquilo que seja mais significativo para as crianças. É importante lembrar que ao lidar com estes temas da cultura de movimento na infância temos clareza da necessidade de tematizá-los sempre com o foco nas crianças, com suas características próprias e sua forma de ver e compreender o mundo que as rodeia, entendendo-as como sendo capazes de expressar-se e de participar da construção de propostas de atividades.

Outro assunto que foi levantado como algo que ainda incomoda as professoras foi acerca da organização do tempo e espaço da Educação Física nas instituições de Educação Infantil. Foi apresentada uma reflexão de Deborah Thomé Sayão (1997) - citada como de grande importância para os trabalhos desenvolvidos, “É preciso que a Educação Física deixe de ser um veículo de reprodução do modelo 'esportivizante' baseado no Decreto 69.450/71 intervindo três vezes por semana, em horários determinados, como a “hora de...” do corpo, do pátio, da prática.” (p. 267). Sayão coloca que esta forma de organização do tempo incorpora na Educação Infantil o modelo que orienta a organização da Educação Física na escola, o que para ela revela a desconsideração com as características educativas dessa faixa etária.

As professoras do GI comentaram que já conseguem ter uma maior flexibilidade de horário para suas aulas, podendo ficar com uma ou duas turmas durante um período, por exemplo, utilizando o tempo conforme as atividades propostas, assim amenizando essa desconsideração da característica fundamental de ser da criança.

Logo após essa conversa começaram os relatos de experiência. Todos foram breves, visto que o tempo era bem reduzido. As apresentações continham o nome da professora, da creche ou NEI, a pontuação dos projetos realizados na mesma e slides com fotos variadas. Inelve acrescentou seu relato trazendo cartazes feitos pelas crianças e cartolinas com fotos ampliadas do projeto Boi-de-mamão, que foram colados na parede da sala.

Michelle começou falando dos três (3) projetos que trabalha na creche nas aulas de Educação Física. O primeiro foi o Projeto Coletivo, que promove a interação entre crianças, pais, professores, articulando toda a instituição. O segundo foi Os Passeios. explicou que a creche em que atual fica em uma região pobre. e com esses passeios é possível oportunizar a essas crianças conhecerem novos lugares como teatro, campo de futebol, praia... Michelle focou mais, na apresentação, a presença da Ginástica nas suas aulas, ela como ex-ginasta e com grande experiência traz para suas crianças essa experimentação sempre lançando desafios. Pontuou que tem grande apoio da sua instituição nos projetos que realiza, as professoras de sala participam da sua aula e sempre estão conversando sobre as atividades nas reuniões pedagógicas.

Em seguida Adriana falou sobre suas práticas na sua instituição, como a Dança, com cirandas e do boi-de-mamão e o projeto do dia das bicicletas (bicicletaço). Ressaltou que sua instituição é nova e provida de um grande espaço livre, sendo favorável para a realização das atividades. Explicou que o projeto é organizado mensalmente com as professoras de sala e lembrado uma semana antes. Todas as professoras participam das aulas de Educação Física e se for necessário fazem algumas adaptações para que estejam presentes. Alguns cuidados, como mandar bilhete para as famílias avisando o dia de trazer a "motocicleta", a presença de um acervo de bicicletas e motocas na instituição, a mediação da professora incentivando as trocas de brinquedo, o espaço pensando com alguns desafios, tudo isso é realizado por Adriana para qualificar essa experiência de movimento, tornando-o mais satisfatório possível para as crianças.

Andrea começou oferecendo um panorama de como é a região em que a creche se encontra, um local carente, sem nenhum espaço para lazer, ruas precárias e com grande diversidade de cultura, pois muitas pessoas emigram para lá viver. Com isso, a creche se torna o lugar mais atraente e favorável para se fazer as interações das crianças, dos pais, da comunidade com a instituição e projetos, não somente durante a semana mas também aos sábados e domingos.

Há bastante esse movimento escola e pais, sociedade, em que a participação dos mais velhos se torna importante para a formação das crianças e também para mudar o pensamento de que aula de Educação Física está ali como um passatempo mas, que, na verdade, trata-se de uma área do conhecimento, com objetivos e aprendizados. O foco nas aulas de Andrea é a Dança, trabalha o movimento/expressão corporal por meio do ritmo. Nesse momento Andrea mostrou fotos de algumas atividades e cantou músicas que estão presentes nas aulas.

Inelve foi a próxima a falar, referiu-se à prática do Boi-de-Mamão, contou como surgiu, como se apaixonou por elas. Começou primeiro a ser brincado pelos maiores, pois o Boi era grande. Nesse movimento de observação, Inelve notou que os pequenos ficavam fadados a só olhar os outros brincando, foi quando ela fabricou os personagens com tamanhos condizentes ao das crianças menores. Assim, hoje na creche, todos brincam com o Boi-de-Mamão.

Falou sobre o planejamento quanto ao horário de se dançar o Boi, delimitado por ela antes de cada semana, porém, mantenod-o flexível. Sua duração depende de como a atividade está decorrendo e da participação das crianças. O CD das músicas do Boi-de-Mamão é posto e as crianças dançam livremente, não tendo um conjunto de movimentos pré-estabelecidos, o foco não está no sucesso de uma coreografia bem executada, mas na participação, que os pequenos possam brincar, ressignificar, cantar, dançar, aprender, ampliar suas experiências.

Quando a apresentação envolve toda a creche – pois há os momentos que se brinca só com a turma – é preciso uma grande organização e envolvimento da unidade. Exige muito tempo para a organização do espaço e personagens para que a dança aconteça, intervenção das professoras nas turmas que irão assistir, participação das crianças e professoras na confecção dos avisos (Inelve trouxe cartazes para visualização) e na divulgação do folguedo (brincadeira que apresenta uma dramatização) do Boi-de-Mamão e de tantos outros momentos. Outro item comentado é a organização e anotação de quem interpretará os personagens mais disputados, havendo uma mediação da professora para que um ceda e tenha o direito de escolher qualquer personagem na próxima vez.

Por fim, Santa Helena destacou sua prática Circo, na qual trabalha expressão corporal com todos os grupos da creche, desafios, apresentação de mágico - algumas crianças aprendem mágicas. Há um momento que a creche inteira participa dessas brincadeiras envolvendo também todo o corpo docente, havendo também a parceria com a família. Uma vez por ano estas assistem aos espetáculos.

Foi reforçado por todas as professoras a necessidade de comunicação e interação dos professores de sala com os de Educação Física, a parceria e envolvimento de toda a instituição nos projetos. A presença da família e o benefício disso também foram bastante ressaltados Como as professoras organizam suas atividades e projetos, apesar de ter tido pouco de tempo de fala, ficou claro para as alunas da Pedagogia que antes tinham dificuldade de ver essa interação da EFcom as outras atividades da instituição.

Foi necessário também esclarecer às alunas que a EF é uma disciplina e principalmente um conhecimento tão importante quanto qualquer outro, desta forma não deve ser somente ela a complementar os projetos da professora de sala, mas também a professora de sala auxiliar, em parceria, o trabalho realizado pela EF.

A professora Luciana e as alunas ficaram gratificadas pela disponibilidade e apresentação das professoras do GI e com a fala de uma das aulas foi possível ver importância daquele momento, “Vocês trouxeram muitas possibilidades para nós que só estudamos a teoria; mas que a prática está bem próxima.”

Nota

1 Oportuno citar o link da Revista Motrivivência na qual os professores do Grupo Independente foram responsáveis pela produção dos texto da edição Ano XIX, Nº 29 - Especial - Dezembro/2007, titulada Educação Física na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis: problematizando limites e possibilidades.


sábado, 12 de novembro de 2011

ENCONTRO DO GI COM O PROFESSOR VALTER BRACHT

No dia 29.11 teremos no encontro do GI a participação muito especial do professor Valter Bracht, que se disponibilizou a conversar com os professores de Educação Física na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis.

Como base para esta conversa ele disponibilizou o texto “Do abandono pedagógico às experiências inovadoras: lacunas e caminhos para a Educação Física Escolar” do autor Felipe Quintão de Almeida (segue em anexo). Este texto vem trazer à tona a discussão sobre o desinvestimento pedagógico e abandono docente, assim como quais os reais fatores que contribuem para os mesmos e a importância de conhecê-los para ai então evitarmos “aquelas explicações causais que, de forma bastante simplista, atribuem o fracasso, o desânimo ou o conservadorismo obstrucionista no ensino dos próprios professores, normalmente adjetivados de vagabundos, preguiçosos, etc”.

O tema abordado no texto não se aplica apenas a Educação Física, porém trás algumas discussões bastantes presentes na área, como por exemplo a sua especificidade e como esta é vista pelas outras tantas áreas do conhecimento.


O texto foi encaminhado por email, quem não recebê-lo favor solicitar através do email: grupoindependente.efinfantil@gmail.com

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 08.11.2011

Data: 08.11.2011


Horário: 08:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro

Relatório do dia 01/11/2011 - Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 01 de novembro de 2011, às 09h, teve início o Encontro do Grupo Independente (GI). Ele contou com a presença de quatro (4) professores, bem como de duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O encontro foi realizado com o objetivo de montar a apresentação do GI para a disciplina Infância e Educação do Corpo, ministrada para o curso de Pedagogia pela professora Luciana Marcassa (CED/UFSC). O inicio do encontro foi destinado aos informes, um deles foi o convite realizado pelo professor André para que o GI fizesse uma apresentação também na mesma disciplina, mas em outra turma, ministrada pelo professor Alexandre Fernandez Vaz, no qual está realizando Estágio de Docência. Adriana comentou que o convite foi feito a ela e que esta apresentação seria nos mesmos moldes da que se realizará nesta sexta. Inicialmente as professoras presentes no encontro acharam a idéia bem interessante, porém decidiram que é melhor conversar depois, com a presença André, para ver o que ele deseja com esta participação.
Após este primeiro momento, a professora Adriana nos trouxe o que havia sido conversado com a professora Luciana sobre a apresentação. Segundo ela, Luciana voltou a pedir que suas alunas pudessem assistir ao menos uma (1) aula das professoras que iriam se apresentar para a turma. A turma é composta por dezesseis (16) alunas, estas formariam oito (8) duplas e cada uma visitaria uma instituição. Adriana falou para Luciana que apenas cinco (5) professoras iriam se apresentar e que não sabia se elas teriam disponibilidade e interesse de receber visitas em suas instituições para apenas uma aula, visto que esta decisão não cabe apenas às professoras e que há um grande problema referente a pessoas observarem um recorte tão pequeno de uma prática. Inelve ressaltou que às vezes a sua aula sai maravilhosa e em outros momentos nada acontece como se havia planejado, desta forma ao observar apenas uma (1) aula, não é possível ter uma noção mais concreta daquela prática que está sendo realizado. Vendo e entendendo o impasse, Adriana perguntou para o grupo se, na opinião delas, faria mal em abrir seu campo para uma dupla, as professoras concordaram com a ideia e Inelve falou que também não teria problema em receber a visita de uma dupla, porém todas as professoras ressaltaram que é importante uma conversa anterior com a professora Luciana e suas alunas, assim como uma apresentação do cronograma de observações.
Adriana falou que indicou os textos: “Ginástica, circo e dança: um relato da Educação Física na Educação Infantil” da autora Michelle Cristina Goulart; “Dança na Educação Infantil: uma brincadeira que vem dando certo...” de Andréa Regina Fonseca Silveira; “A produção do conhecimento em educação física na educação infantil no contexto histórico da rede municipal de ensino de Florianópolis (SC): levantamento dos eixos teórico-metodológicos e epistemológicos em documentos da Rede” dos autores Carmen Lúcia Nunes Vieira e Francisco Emílio de Medeiros; “Os principais problemas da Educação Física e suas relações com a realidade na/da Educação Infantil”, de Denize Costa Farias, Michelle Cristina Goulart e Santa Helena Amorim, para leitura prévia por parte das alunas da disciplina, falou também que serão apresentadas fotos das práticas de cada professora.
A professora Luciana Marcassa disse que seria interessante fazer a apresentação dividida em quatro (4) assuntos gerais: uma breve apresentação do GI; os objetivos (matrizes) que orientam o trabalho da Educação Física (EF) na Educação Infantil (EI); a “orientação ético-político-pedagógica” da EF na EI, as parcerias feitas pela EF com a pedagogia, filosofia, entre outras; e, por fim, como se dá a relação da EF com as professoras de sala e com a instituição como um todo.
Para o segundo tópico a professora Inelve sugeriu fazer um retrospectiva dos documentos que orientaram a EF da EI na Rede Municipal de Ensino, assim como colocar o nome de Deborah Thomé Sayão como referência para os trabalhos desenvolvidos. Esta retrospectiva se daria a partir de um slide com as capas desses documentos e uma breve apresentação deles. Todas os presentes concordaram com a proposta apresentada por Inelve, assim como a demanda trazida pela Luciana.
Após esta discussão sobre o formato da apresentação, a professora Michelle mostrou como estavam ficando os slides já com as fotos de cada professora. Foi visto então o que cada professora iria falar, qual foco e prática iriam apresentar. Michelle disse que irá falar de maneira mais geral sobre alguns de seus projetos, como os passeios, circo e ginástica; Inelve apresentará seu projeto do boi-de-mamão; Adriana relatará o projeto do dia das bicicletas (bicicletaço) e, sobrando tempo, as cirandas; Santa Helena falará do circo e, por fim, Andréia apresentará sobre a dança. Ficou decidido, em comum acordo, que todas as apresentações individuais teriam como foco a integração as rotinas, e parcerias feitas pela EF.
Ao final do encontro as professoras destacaram que é importante deixar claro na apresentação que cada prática não é de apenas uma professora, mas que a de uma perpassa e se constitui através de outras tantas das colegas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

PARTICIPAÇÃO DO GRUPO INDEPENDENTE NA DISCIPLINA INFÂNCIA E EDUCAÇÃO DO CORPO (CED/UFSC)

Data: 04.11.2011

Horário: Das 13:30h às 15:10h

Local: CED - UFSC

Pauta: * Apresentação do Grupo Independente
* Orientação teórica acerta do fazer pedagógico
* Organização espaço-tempo
* Apresentação da prática de algumas professoras

Relatório do dia 25/10/2011 - Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 25 de outubro de 2011, às 09h e 40min, teve início o Encontro do Grupo Independente (GI). Ele contou com a presença de quatro (4) professores, bem como de duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
A pauta do encontro era a discussão dos textos "O corpo bagulho: ser velho na perspectiva da criança" de Anne Carolina Ramos; "Itinerários da inclusão de pessoas com histórico de deficiência: um estudo sobre uma menina surda em aulas regulares de Educação Física" dos autores Gisele Carreirão Gonçalves, Alexandre Fernandez Vaz e Luciano Lazzaris Fernandes. No entanto como só haviam quatro (4) professoras presentes e ocorrerá a apresentação do GI na disciplina Infância e Educação do Corpo, ministrada pela professora Luciana Marcassa (CED/UFSC), foi decidido que este encontro poderia ser destinado a pensar e organizar esta apresentação.
As professoras já haviam se organizado e Michelle ficou responsável por montar uma apresentação em power point com fotos das aulas dos demais professores, que ficaram encarregados enviar suas imagens para ela até sexta-feira. Após conversa sobre os andamentos dessa apresentação foi decidido que o próximo encontro do GI, terça-feira (01.11), seria destinado à organização e finalização da apresentação que já ocorrerá na sexta-feira (04.11).
Algumas alterações no calendário deste fim de ano foram feitas. Levando em consideração que muitos professores estão em "reta final" em suas instituições, tendo que fazer as avaliações no começo do mês de dezembro, a data que estava prevista para planejar o calendário do grupo para 2012 passou do dia 06.12 para o dia 22.11. Outra data modificada foi a do dia 29.11, em que ocorrerá um encontro especial com o convidado Valter Bracht.
Ao final do encontro foram discutidos brevemente os textos indicados, chamou atenção das professoras o fato de as crianças verem os velhos como pessoas que já não podem fazer determinadas coisas, pessoas limitadas. Também foi discutido o fato de todos acharmos que certas coisas não são para velhos, como por exemplo, a roupa. Por que uma pessoa mais velha não pode usar roupa curta, se é assim que ela se sente bem? Isto é construído de que forma? Deveríamos modificar nosso olhar?

domingo, 30 de outubro de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 01.11.2011

Data: 01.11.2011


Horário: 09:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro

Pauta: Organização e finalização da apresnetação para a disciplina Infância e Educação do Corpo (CED/UFSC)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Relatório do dia 18/10/2011 - Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 18 de outubro de 2011, às 09h e 10min, teve início o Encontro do Grupo Independente. Ele contou com a presença de oito (8) professores, bem como de duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
No início foi discutida a possibilidade de participação do Grupo em uma turma da disciplina Infância e Educação do Corpo, do curso de pedagogia do CED/UFSC, ministrada pela professora Luciana Marcassa. O convite foi realizado pela própria Luciana e se baseia essencialmente em um relato dos professores do Grupo sobre o surgimento e andamento dele, bem como algumas experiências como professores de Educação Física da Educação Infantil. A professora Luciana disponibilizou ao grupo 3 horários e dias, para que escolhêssemos o que mais bem se ajustaria a nossos horários, os professores presentes no encontro decidiram pelo de quarta (16:20h às 18:00h) ou sexta (13:30h às 15:10h). Decidido isto, ficou ao encargo da professora Adriana entrar em contato com Luciana e marcar a data. Serão apresentados no dia o texto das Diretrizes (será enviado anteriormente para as alunas, sempre lembrando que ele ainda está em construção, não podendo, desta forma, ser divulgado) e alguns slides com fotos das práticas dos professores que compõem o Grupo Independente.
Após ser decidido sobre a participação do grupo na disciplina deu-se início ao Relato de Experiência da professora Lisandra, que atua no Núcleo de Educação Infantil Ingleses, com vinte (20) horas e cinco (5) grupos, sendo estes o G2, G3, G4, G5 e G6.
Lisandra inicia seu relato dizendo que tem a colaboração de todas as professoras de sala em suas aulas, exceto a do G3 e que através dessa participação fica mais fácil e seguro realizar atividades que propõem certo desafio para as crianças..
Baseada na ginástica natural, Lisandra foi construindo sua prática focada no movimento, no sentir-pensar-agir, proporcionando sempre atividades desafiadoras, circuitos e espaços estruturados. Afirma que a Educação Física na Educação Infantil deve se constituir como um espaço-tempo de ludicidade, descoberta e criatividade, a partir de experiências com movimentos corporais.
Lisandra deixa claro que prefere trabalhar com três (3) aulas semanais de quarenta e cinco (45) minutos, porém destaca que os horários em sua instituição são muito flexíveis, podendo assim haver ajustes conforme o andamento da aula. Ela utiliza espaços de controle (consegue ter maior controle das crianças e das atividades) para ministrar suas aulas, como o hall (antigo refeitório), a sala de aula, sala multiuso e algumas vezes a parte gramada do parque. Destaca que não gosta de utilizar o parque, por ter que “competir” a atenção das crianças com ele, além de que durante o período da manhã o clima não é muito propício, já que na primeira parte da manhã o parque ainda está muito úmido e depois fica com sol muito forte.
Muitos materiais são utilizados para montar as aulas, como colchonetes, cordas, elásticos, tábuas, steps, mini cama elástica, bancos, mesas, colchão, bolas, rolos, carretéis, entre outros. O reaproveitamento de objetos que incrementam as aulas também acontece, canos grossos de papelão que viram pontes, por exemplo. Alguns destes materiais são trazidos pelas professoras de sala.
Uma característica bem marcante das aulas são atividades que desafiam as crianças, para isso deve-se pensar na segurança delas. Lisandra comenta que algumas professoras de sala ficam receosas e inseguras com as atividades, acreditam que as crianças não são capazes de realizá-las e acabam passando essa falta de confiança e medo para as crianças, acabando por boicotar algumas brincadeiras.
Foram citados alguns Nós Pedagógicos – como este último da insegurança e receio das professoras, mas também o longo período de adaptação com as crianças do G2, pouco tempo de concentração dela, que se dispersam muito rápido, a falta de noção do perigo, o fato de poucas crianças falarem, tendo a necessidade de se utilizar outro tipo de linguagem que não a oral, ou ter a professora de sala como única referência. Lisandra chama a atenção para sua preferência por três (3) aulas semanais, desta forma é possível uma maior aproximação e convivência com as crianças, fazendo com que elas se acostumem mais facilmente com aquela presença e prática.
Quando falava do G3, Lisandra destacava que o grupo tem uma característica bem marcante, que é a desconstrução da aula que a professora propôs, sendo que em todas as aula eles ressignificam os objetos criando outras brincadeiras e atividades. Lisandra diz que em toda aula acontece essa nova elaboração e que nunca ocorre o que ela havia planejado, porém ela não vê isso como uma característica negativa, sabendo da importância da ressignificação para estas crianças.
A avaliação é feita por meio de observações sistemáticas da participação, interesse e envolvimento das crianças. Tem o auxilio do registro fotográfico e filmagens, conversa com as professoras regentes e auxiliares de sala, também são feitos registros diários, de aproximadamente cinco (5) crianças por grupo. Lisandra formulou uma tabela para anotações de cada criança, o que ela faz ou não, ou o que começou a fazer, assim as professoras de sala auxiliam na tarefa de avaliação, observando e anotando. Lisandra realiza uma avaliação coletiva para o grupo e posteriormente a avaliação individual de cada criança.
Lisandra trouxe muitas fotos ilustrando suas aulas, principalmente com o G2, como organiza os espaços e as atividades, como conseguiu montar atividades com a utilização de objetos que para muitos não teriam utilidade nas aulas. Nas filmagens levadas por ela, foi-nos possível ver a interação entre as crianças, entre as crianças e a professora Lila – assim chamada pelos pequenos, os fatos comentados sobre o G3, como as crianças se apropriam das brincadeiras, como ressignificam, e as aulas bem formuladas e pensadas pela professora.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 25.10.2011

Data: 25.10.2011


Horário: 09:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro


Pauta: Estudo do texto:
"O corpo bagulho: ser velho na perspectiva da criança" de Anne Carolina Ramos.
"Itinerários da inclusão de pessoas com histórico de deficiência: um estudo sobre uma menina surda em aulas regulares de Educação Física" dos autores Gisele Carreirão Gonçalves, Alexandre Fernandez Vaz e Luciano Lazzaris Fernandes.

sábado, 15 de outubro de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 18.10.2011

Data: 18.10.2011


Horário: 09:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro


Pauta: Relato de experiência Profª Lisandra.

domingo, 9 de outubro de 2011

Relatório do dia 04/10/2011 - Formação da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 04 de outubro de 2011, às 08h e 20min, teve início o Encontro de Formação Continuada da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. O encontro contou com a presença de 13 professores, bem como de duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O encontro foi coordenado por Alexandre Fernandez Vaz e teve como tema: Temas transversais em Educação Física (EF) e infância: gênero, inclusão, pluralidades. Alexandre iniciou o encontro retomando o anterior, que tinha como tema Registro e sua importância na EF para Educação Infantil. Ele perguntou o que havia sido pensado e discutido, então os professores reafirmaram a importância do registro, de fazer as perguntas certas e anotar informações pertinentes, que quando lidas darão um retorno, alguma direção. Foi destacado também que fazer um bom registro é aprendido a partir da experiência e prática.
Alexandre afirmou que em um bom registro é necessário haver mais substantivos do que adjetivos. Dizer por exemplo que uma aula foi boa, nos traz pouca informação sobre o que aconteceu nela, afinal, o que seria uma aula boa? Os professores lembraram que um ponto que gerou muita discussão foi sobre como lidar com as crianças em determinadas situações de tensão, e como é forte a interferência da professora de sala nas aulas de EF.
Iniciando com o tema do encontro, Alexandre falou sobre como é complexo o tema da inclusão dentro do universo da EF, ainda mais quando se trata da Educação Infantil. Segundo ele o tema não é mencionado nas principais obras sobre pedagogia em educação física, como por exemplo, no livro “Metodologia do ensino da EF”, escrito por um Coletivo de autores, na obras de Elenor Kunz ou nos textos sobre as aulas abertas às experiência de ensino. (Dissertação Gisele Carreirão Gonçalves)
Um tema que caminha junto ao da inclusão é o referente às pluralidades, já que ocorre muito freqüentemente dentro das instituições de educação uma generalização do sujeito e uma particularização do conteúdo, com sugere Ricardo Crisorio. ("Constructivismo, cuerpo y lenguaje" de Ricardo Luis Crisorio; "Educación Física y Biopolítica" de Ricardo Crisorio) . É importante haver uma diferenciação entre universalização da educação e generalização dos sujeitos, todos têm, sim, os mesmos direitos, porém ninguém é igual. É muito comum na EF a visão de que se tem que atender a todos a todo o momento, gerando uma particularização do conteúdo, ficando estes apenas para alguns, já que as pessoas não aprendem da mesma forma, tampouco no mesmo tempo.
Outro tema discutido foi o do envelhecimento. O corpo é muito mais do que organismo, já que nos é possível generalizar o organismo, visto que todos funcionam aproximadamente da mesma forma. A mesma generalização não poderia ser feita com relação ao corpo, pois ele é simbólico “é um agente da cultura”. Foi proposto pensar sobre o envelhecimento na visão das crianças, para isto foram trazidas algumas imagens e falas dos pequenos presentes na pesquisa O corpo bagulho: ser velho na perspectiva das crianças, de Anne Carolina Ramos. Nesta pesquisa as crianças mostram o que ser idoso representa para elas, em sua visão, ser velho é viver com limitações, é depender dos outros, é ser menos. Alexandre atenta que as crianças aprendem que os velhos “não servem ou não podem”, mais nada, por meio dos adultos. Um fato que chama a atenção na leitura da pesquisa foi que, nenhuma criança, em sua fala, considerou as vantagens de ser idoso, como a experiência, a calma, o acúmulo de conhecimento entre tantas outras. A velhice é sempre associada à idéia de fraqueza, de perda.
Voltando ao tema “deficiência”, Alexandre apresentou, muito brevemente os Núcleos de Ação Pedagógica, que serão mais bem rediscutidos no próximo encontro, e com eles fez as perguntas: “O que as crianças consideradas deficientes ganham com estes núcleos? Como os professores lidam com alunos com algum tipo de deficiência?”
Algumas falas:
Professora: “é muito difícil lidar com isso, não sei se a criança quer estar ali, se quer ser incluída. Outro ponto é a dificuldade, por vezes, de aceitação partindo das demais.”
Professora: “meu contato é cauteloso, utilizo muito o olhar da professora de sala. Em alguns casos tenho que cuidar com o volume do som, com o barulho das crianças e às vezes vejo a necessidade de dar umas voltas com a criança para ela se acalmar devido à determinada deficiência dela. É difícil encontrar o tom com estas crianças, procuro ir lendo-as.”
Professora: “Não faço atividades separadas para elas, tenho sempre um diálogo com os demais alunos.”
Alexandre destacou um ponto sobre a ausência das crianças com deficiência das aulas de EF, segundo ele, quando a criança vai pouco à aula de EF ela está sendo privada de um saber. É importante saber qual o lugar que a EF ocupa e qual sua importância. Alexandre alertou para termos consciência de que a criança não tem que se adaptar ao grupo, fazendo tudo com e como os outros, todos são diferentes, então por que não lhes é permitido que façam coisas diferentes? (Itinerários da inclusão de pessoas com histórico de deficiência: um estudo sobre uma menina surda em aulas regulares de Educação Física, de Gisele Carreirão Gonçalves, Alexandre Fernandez Vaz e Luciano Lazzaris Fernandes)
Uma professora comentou que às vezes parece que a instituição fica como que refém da família, que não busca um diagnóstico e um tratamento médico adequado para a criança, pois essas informações seria de grande ajuda para os professores. Surge então a questão da diferenciação entre diagnosticar e estigmatizar. Alexandre lembra que o diagnóstico por si só não é um problema, mas sim o que as pessoas irão fazer com ele. Continua sua fala dizendo que os professores por vezes acabam mais adaptando do que incluindo, lembra que incluir não significa colocar a criança nas atividades que já se faz, mas, sim, no processo de educação formal.
O último tema discutido foi o de gênero. Alexandre iniciou perguntando o que era gênero e então um professor respondeu que era a condição histórico-social do sexo. Alexandre lembra a todos que a questão masculino e feminino são papéis construídos e que é função da escola desconstruir estereótipos e preconceitos relacionados a eles e não reproduzi-los. Ele destaca ainda que essas são questões que devem ser enfrentadas, porém afirma que esta é uma tarefa bastante complexa. ("A construção de identidades e papéis de gênero na infância: articulando temas para pensar o trabalho oedagógico da educação Física na Educação Infantil" de Debora Thomé Sayão).
O encontro é encerrado com Alexandre afirmando que ainda temos muito o que avançar com relação a todos estes temas, porém já é um grande avanço perdermos falar abertamente sobre estes assuntos e fazer uma auto-crítica de nosso trabalho.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 04.10.2011

Data: 04.10.2011


Horário: 08:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Relatório do dia 20/09/2011 - Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 20 de setembro às 09h e 20min, deu-se início o encontro do Grupo Independente (GI). Participaram do encontro um total de nove (9) professores, bem como duas bolsista do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O tema do encontro foi o Relato de Experiência da professora Adriana Maria Pereira Wendhausen, que atua no NEI Dra. Zilda Arns Neumann localizado no bairro Carianos, o Relato foi intitulado “Problematização das Experiências Realizadas nas Aulas de Educação Física com Crianças de Zero a Três Anos”.
Adriana começou seu relato compartilhando algo que lhe ocorria enquanto organizava sua apresentação – feita em PowerPoint com escritos e muitas fotos das aulas – que foi a reflexão sobre o trabalho realizado, como utilizou os espaços, como as crianças participaram e quais as especificidades de cada idade em determinadas atividades.
A professora, que trabalha na rede municipal de ensino há 22 anos, especificamente na educação infantil há 18, e naquela unidade há 8 (qando tinha ainda a antiga denominação), atende oito grupos, totalizando 153 crianças. O NEI Dra Zilda Arns Neumann foi inaugurado no ano passado, recebendo profissionais e crianças do antigo NEI Carianos, que funcionava em uma casa adaptada. O novo NEI conta com grande infra-estrutura, além de espaços muito ricos para as aulas de Educação Física, a obra foi realizada com recursos do MEC e da Prefeitura Municipal de Florianópolis.
As atividades de Educação Física na instituição são organizadas a partir dos temas: Dança, Ginástica e Jogos e Brincadeiras. Primeiramente Adriana apresentou uma experiência que está realizando com as crianças de zero (0) a um (1) ano, a massagem. Segundo ela, é preparado um ambiente com colchões, quando então a professora conversa e pergunta para as crianças se querem receber massagem. Quando uma se interessa e começa a ser massageada (com um óleo relaxante específico para bebês), outras vão se aproximando e se interessando. A professora traz som e músicas propícias para a atividade e esta acontece no ritmo das crianças. É possível notar que algumas crianças se sentem incomodadas com o toque, já outras relaxam profundamente. Quando está frio não se faz necessário tirar toda a roupa dos pequenos, pode-se começar pelos pés e pernas movimentando por dentro das vestimentas, assim é possível dar atenção a um maior número de crianças.
Sempre mostrando fotos das atividades e comentando-as, Adriana começou a relatar sua experiência com a dança, ela costuma trabalhar muito com cirandas e boi-de-mamão, estas atividades ocorrem pelo menos uma vez ao mês e são realizadas com todos os grupos, no caso do boi-de-mamão ocorre uma adaptação do material, sendo que com os grupos menores os personagens do boi são de fantoche.
Nas cirandas são utilizados instrumentos musicais, aparelho de som, microfones, CDs, sendo o espaço previamente organizado e tendo uma conversa com as crianças sobre a proposta que será desenvolvida. Canções selecionadas pela professora são cantadas, dançadas e brincadas de diferentes formas pelas crianças. Conforme a idade do grupo as cirandas são mais complexas, com passos diferentes e músicas mais longas.
O boi-de-mamão é outra possibilidade no tema dança. Faz parte da cultura açoriana e encanta as crianças. Elas brincam, cantam, interpretam os personagens da história que tem como foco central a morte e ressurreição do boi. Com alguns grupos a história é modificada por eles mesmos e toma outro rumo, na qual a brincadeira fica mais interessante para os pequenos. O Boi é sempre realizado com um grupo por período (mnhã – tarde) tendo em vista a organização necessária para realização da brincadeira. Algo notável nas fotos e relatos é a participação das professoras de sala nas atividades. Sempre que possível Adriana é auxiliada por suas colegas, fato este que ainda é muito questionado em algumas instituições, por haver a mentalidade de que a aula de Educação Física é o momento do café ou do descanso para as professoras de sala.
No tema ginástica, Adriana promove atividades que proporcionam experiências com saltos (sobre colchões, sobre cordas), caminhar, correr, rastejar, trabalho de equilíbrio em cordas e sobre objetos, e rolamentos. As brincadeiras são organizadas dentro da instituição e também fora dela, por meio de saídas e passeios, como por exemplo a ida aos campos de futebol vizinhos ao NEI. É uma grande oportunidade de conhecer novos lugares e experiências.
Por fim Adriana apresentou o tema jogos e brincadeiras, nele ela trabalha com jogos da cultura açoriana, de outras culturas, criação de brincadeiras (a partir do uso/criação de materiais/objetos/brinquedos diversos), brincadeiras com bolas (de sabão, de plástico, de meia, de borracha, de couro; pequenas, grandes, médias; leves e pesadas; para soprar, para lançar, para chutar, para rolar), com arcos (para arremessar, para rolar, para bambolear), de arrastar/empurrar/puxar (nas caixas, na cama rolante) e com bicicletas. Muitos dos materiais utilizados nas atividades foram comprados pela própria professora, outros foram doados e alguns adquirido pela instituição.
Adriana contou a história de uma brincadeira criada em conjunto pela professora de Educação Física, professoras de sala e crianças, “cama rolante”. Ela consiste em enfileirar no chão canos grossos de papelão (doados por uma Mãe e pintados pelas crianças), e sobre eles estender um pano grande com travesseiros, ai então três (3) crianças devem deitar sobre o tecido que será puxado pelas demais, desta forma elas rolam/deslizam sobre os rolos.
Ocorre também o encontro de bicicletas. É enviado um bilhete aos pais convidando que as crianças tragam suas bicicletas, o NEI também possui algumas. Esta atividade ocorre de duas (2) a três (3) vezes por ano e tem como objetivo a cooperação, as trocas, solidariedade e desafios.
Durante o encontro foi discutida a importância da conservação dos materiais, e foi questionado se professora Adriana tinha horários definidos para suas aulas. Ela respondeu que os horários são organizados anteriormente, podendo ser de duas (2) a quatro (4) horas, dependendo da atividade proposta e sempre considerando a rotina das crianças.
Adriana finalizou o encontro lembrando que o trabalho construído não é dela, mas, sim, de todos os professores de Educação Física da Rede Municipal de Educação.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Relatório do dia 13/09/2011 - Formação da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 13 de setembro de 2011, às 08h e 15min, teve início o Encontro de Formação Continuada da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. O encontro contou com a presença de 27 professores, bem como de duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O encontro foi coordenado por Michelle Carreirão Gonçalves e teve como tema Acompanhamento, sistematização e análise de experiências em Educação Física (EF) na Educação Infantil (EI): instrumentos, métodos, distintas narrativas e memórias. Segundo Michelle é importante, antes de falar sobre o tema, saber o que os documentos norteadores da Educação Infantil têm a dizer sobre o assunto. Ela fez um destaque à Resolução nº 5 Art. 10 de 17 de dezembro de 2009 (MEC), que diz respeito ao acompanhamento e avaliação do trabalho pedagógico. Estes têm por objetivo: observação crítica, pensar e repensar o trabalho pedagógico; múltiplos registros, devido à grande complexidade da realidade dentro da EI, desta forma apenas o registro escrito pode não ser suficiente; relação das famílias com a instituição. O outro documento citado por Michelle foi o das Diretrizes Educacionais pedagógicas para EI (PMF), que fala mais especificamente sobre a necessidade de “ampliação, diversificação e sistematização das experiências e conhecimentos das crianças.”
Seguindo sua fala, Michelle apontou alguns elementos a serem considerados nos registros, foram eles:
• Espaços: descrever quais são os espaços e suas características, como e por que eles foram utilizados, como as crianças se apropriaram dele, entre outros elementos. Segundo ela o espaço determina a prática/dinâmica, porém não inviabiliza outras formas de sua utilização.
• Materiais: descrever que materiais havia, de que forma eles foram utilizados, como eles foram apropriados pelas crianças.
• Encontro com os pares e com os outros: quais são, como e quando ocorrem as interações.
• Auscultação: com se dá o processo de “ouvir” (mas não apenas com o ouvido) o que as crianças estão trazendo de novo, saber se colocar a partir do que elas apresentam.
• Ampliação, diversificação e sistematização das experiências e conhecimentos das crianças: perguntar-se em que medida isto realmente está ocorrendo em nossas práticas pedagógicas.
• O brincar: descrever como ele ocorre. É importante observar isso a partir de uma real aproximação às crianças, de um acompanhamento, “juntar-se ao brincar delas”. Se o brincar é um dos eixos importantes do trabalho pedagógico, é preciso observar e acompanhar cada criança, dentro do possível, para verificar quais brincadeiras e brinquedos foram preferidos, com quem e como brincaram, se brincaram de faz de conta, se experimentaram alguma nova brincadeira.
• Registro de falas das crianças.
• Intercâmbio de informações em reuniões pedagógicas.
Michelle destaca que esses elementos são fundamentais também no planejamento, e que as questões não precisam estar presentes ao mesmo tempo em um mesmo registro.
O próximo ponto apresentado no encontro foi referente às perguntas a serem feitas pelos professores em relação às crianças, pontos a serem observados por eles no decorrer do trabalho pedagógico:
• Como a criança reage à presença dos diferentes adultos que interagem com elas? Essa pergunta em particular gerou muita discussão, um professor comentou que em suas aulas não ocorre a presença das professoras de sala, segundo ele “este é o momento de elas recarregarem suas baterias”, pois muitas vezes ficam sobrecarregadas. Uma professora destacou que é importante uma parceria com os professores de sala e não um enfrentamento. Segundo ela, a sobrecarga de trabalho tem que estar presente na pauta da discussão da instituição, afirmando também que “Os problemas da sala de aula não são exclusivos dos professores e auxiliares, mas sim da instituição.” Outra professora comentou o quão importante é, em sua opinião, a participação dos professores de sala nas aulas de Educação Física (EF). Ela afirmou que nesses momentos é possível haver uma conversa entre os professores, que as atividades fluem melhor com o auxílio, e ao mesmo tempo isso não sobrecarrega a professora de sala, já que, quem está coordenando tudo é a professora de EF. É importante sempre lembrar que não é a “minha” criança, e sim a “nossa”, sendo todos responsáveis pela educação dela. Este foi um tema polêmico no encontro, por conta, justamente, do número elevado de professores. Eles, na maioria, não participam das discussões realizadas no Grupo Independente, nem na própria formação oferecida pela Secretaria Municipal. Naquele momento foi possível observar como há divergências a respeito da dinâmica das instituições com relação à EF. Enquanto em alguns lugares o trabalho dos professores dessa área já tem grande legitimidade e uma forma específica para lidar com os pequenos, em outros lugares há ainda em outros muitas dúvidas, inseguranças e também resistências, funcionando ainda o modelo escolar.
Continuando a discussão sobre o assunto, Michelle comentou que pode ser importante, também para a professora de sala, estar presentes nos momentos da EF, em momentos de “liberdade” das crianças, não no sentido de elas fazerem o que bem entender, mas sim no de proporcionar certa libertação do espaço circunscrito da sala de aula. São esses momentos importantes também para as professoras de sala, pois oportunizam o estabelecimento de novas relações com as crianças (quando brincam com elas em outros espaços, como no parque, por exemplo; ou quando se colocam em outro lugar que não o da professora que coordena tudo o tempo inteiro, pois durante a EF é outro profissional que ocupa esta posição), com seus próprios corpos (quando as professoras sentam na grama ou na areia, sujam suas roupas e mãos, rolam no chão com as crianças, enfim, coisas que, no geral, não fazem ou fazem muito pouco) e também com os outros adultos que trabalham com ela, como a auxiliar e o professor de EF, por exemplo (este momento pode criar um espaço para o diálogo, para a troca, para o pensar e planejar juntos o trabalho com as crianças, para diminuir a dinâmica solitária de trabalho, para solucionar problemas, e também para passar um bom momento – por que não?). Segundo ela, é importante criar uma nova relação entre os professores. Um professor pediu a palavra para destacar, sob seu ponto de vista, quais os pontos positivos e negativos da presença da professora de sala nas aulas de EF. Como ponto negativo ele citou a perda da autoridade, já que muitas vezes o professor de EF estaria tentando explicar alguma coisa para a criança da maneira mais calma possível e do seu modo, de repente chega a professora de sala “berrando” e interferindo no quadro. Como ponto positivo, ele destaca o auxílio que elas proporcionam, pois geralmente são muitas crianças. Todos concordaram que a situação fica ainda mais complicada quando se é ACT e a cada ano se está em uma instituição diferente. Uma professora reafirmou que é preciso haver um diálogo entre toda a instituição e que a EF tem que estar presente no PPP, com seus objetivos bem claros.
Outras possíveis perguntas a serem observadas com relação às crianças para elaboração dos registros são:
• Como reage à presença de outras crianças e que reações provoca nas outras crianças? Pensar quais são as possíveis respostas da professora para aquela reação das crianças.
• Que atitudes adota quando brinca sozinha ou com os companheiros? Analisar como se dão as relações durante a brincadeira.
• Como responde às perguntas feitas pelo professor? Perceber se elas são resistentes, se respondem como o professor esperava.
• Por que tais temas e/ou objetos mais se interessam?
• Que tipo de relação estabelece com os elementos da natureza?
Foram discutidas também durante o encontro algumas questões que os professores devem fazer a si mesmos, para observação e questionamento se seu trabalho pedagógico, como:
• Realizo atividades com as crianças nas quais os saberes das famílias são considerados e valorizados?
• Disponibilizo materiais e oportunidades variadas que contemplem meninos e meninas, brancos, negros e indígenas e pessoas com histórico de deficiência?
• Ofereço objetos e brinquedos de diferentes materiais adequados e em quantidades suficientes às necessidades dos bebês e crianças pequenas?
• Utilizo situações cotidianas organizadas e inesperadas para que as crianças se ajudem mutuamente e compartilhem responsabilidades e conhecimentos em grupo?
• Combato e intervenho imediatamente quando ocorrem práticas que desrespeitam a integridade das crianças? Saber como lidar com conflitos entre criança/criança e criança/adulto; saber a hora certa de falar, para não tirar a autoridade do outro professor, quais as maneiras de mediar os conflitos, tudo isso é importante. De qualquer forma a atitude tomada tem que ser sempre no sentido formativo, o papel do professor é de educador. Um professor destaca que é importante, sim, dar limites às crianças, saber dizer não na hora certa, “não dizer não também é uma forma de violência.” Este ponto também foi bastante discutido, já que lidar com as formas de resistência e, muitas vezes também, de violência, dos pequenos, se apresenta como um grande problema para os professores.
Foi um encontro que contou com um número grande de professores e com uma participação efetiva deles, sendo um momento de muito aprendizado. Alguns pontos não puderam ser discutidos devido à falta de tempo.

sábado, 17 de setembro de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 20.09.2011

Data: 20.09.2011


Horário: 09:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro

Relatório do dia 06/09/2011 - Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 06 de setembro às 09h35min, deu-se início ao encontro do Grupo Independente (GI). O encontro começou um pouco atrasado devido à chuva forte e à pequena quantidade de professores. Participaram do encontro um total de quatro (4) professores, uma intercambista vinda da Colômbia, bem como uma bolsista do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
Em um primeiro momento foi apresentado um relato da professora Inelve, que na semana anterior havia levado crianças do G5, da creche em que trabalha, para fazer uma apresentação do boi-de-mamão no NEI Ingleses. Ela apresentou suas impressões sobre a instituição e a organização do espaço, já que aquele era um dia atípico, em que a instituição estava comemorando os aniversários do mês.
Lisandra, professora do NEI Ingleses, responsável pelo convite, comentou que todos os presentes ficaram maravilhados com a organização do boi-de-mamão, com a composição dos personagens e a interação com público.
Essa conversa despertou o interesse de uma professora presente, que ficou curiosa por conhecer a dinâmica utilizada pela professora Inelve em suas aulas, para fazer com que o “Boi” fique tão interessante e divertido para as crianças, já que está tentando implantar essa atividade com suas turmas e não está tendo o retorno esperado. Inelve então comentou como planeja e trabalha o boi-de-mamão, a relação de organização das turmas, que dançam a cada quinze dias, e a parceria presente com a instituição como um todo, visto que este projeto já ocorre há bastante tempo.
Terminada essa conversa inicial, começou a ser abordado o tema do encontro, a discussão sobre o texto “Planejamento na Educação Infantil...Mais que a atividade. A Criança em foco” de Luciana Esmeralda Ostetto, já iniciado no encontro anterior.
Foi comentado o quão importante é o planejamento em conjunto, realizado por toda a instituição. Tomando como exemplo a atividade do boi-de-mamão, uma professora relata ter mais dificuldade para sua implementação por trabalhar sozinha, diferente do que ocorre na Creche Nossa Senhora Aparecida, em que o planejamento é feito em conjunto, com a participação de todos os professores e colaboração da instituição, tendo assim seus objetivos mais facilmente alcançados.
A Professora Verônica havia ficado responsável por apresentar o texto, inicialmente ela fez uma breve apresentação sobre a autora, depois apresentou resumidamente as cinco (5) perspectivas de planejamento presentes no trabalho: o baseado em “listagem de atividades”, por “datas comemorativas”, baseado em “áreas de desenvolvimento”, em “áreas de conhecimento”, por “temas”. Comentou também que devemos nos perguntar para quem e para quê estamos planejando. Deve-se ter em mente que o conteúdo é mais importante do que a forma com que o ele irá se apresentar, visto que, segundo a autora, uma das maiores dificuldades dos professores é saber como fazer.
Discutimos sobre o ato pedagógico principalmente na educação de crianças de zero a três anos, que se dá em todo momento desde a chegada das crianças até a hora de ir embora, e não somente quando se tem atividades. “Não é a atividade em si que ensina, mas a possibilidade de interagir, de trocar experiências e partilhar significados é que possibilita às crianças o acesso a novos conhecimentos.” (Machado, 1996, p. ). Todos os presentes concordaram que o profissional que trabalha com crianças deve gostar do que faz, ter gestos e posturas diferenciados, que incluam um pouco de delicadeza, carinho, pois há trocas afetivas e isso são vivências, aprendizagem. Devemos estar atentos aos pequenos e utilizar da escuta, importante para pensarmos e direcionarmos a prática educativa.
No momento seguinte foi discutido como as professoras planejam as idas ao parque. Uma das reclamações foi a falta de cuidado e incentivo das professoras de sala em relação às crianças quando estão brincando no parque. A grande maioria fica conversando, sentada ou os dois, enquanto a educadora física tem que organizar e cuidar da turma inteira.
Por fim, assistimos rapidamente um pedaço do vídeo da dança do boi-de-mamão na creche da professora Inelve.

Referência:
MACHADO, Maria Lúcia de A - Educação Infantil e currículo: A especificidade do projeto educacional e pedagógico para creches e pré-escolas.

domingo, 11 de setembro de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 13.09.2011

Data: 13.09.2011


Horário: 08:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Relatório do dia 30/08/2011 - Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 30 de agosto às 10h, deu-se início ao encontro do Grupo Independente (GI). Ele começou um pouco atrasado devido à falta de professores, inicialmente havia apenas dois (2), então foi decidido aguardar a chegada de demais integrantes. Participaram do encontro um total de três (3) professores, bem como uma bolsista do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O encontro teve como tema a discussão do texto “Planejamento em Educação Infantil...Mais que Atividade. A Criança em Foco”, de Luciana Esmeralda Ostetto. Foram levantados alguns pontos referentes ao texto, um deles foi o fato de a autora fazer uma crítica ao planejamento baseado no crescimento e desenvolvimento das crianças. Uma das professoras presentes acredita que o planejamento deve conter novos elementos para contribuir para o desenvolvimento das crianças, através de atividades que desafiem as mesmas.
Foi mencionado que o planejamento não deve se basear somente em datas comemorativas, desenvolvimento da criança, lista de atividades..., mas deve considerar também a psicologia que, segundo a professora, caminha junto com a educação.
Dentre todos os tipos de planejamento presentes no texto, o mais discutido foi o baseado nas datas comemorativas, esse tópico em particular gerou muita discussão, já que elas são, dentro das instituições de Educação Infantil, geralmente, fortemente ligadas ao comércio e a religião (católica). Uma das Professoras contou que na creche em que trabalha a festa junina foi substituída, pela primeira vez, por uma festa cultural, quando cada grupo ficou com um tema/região que deveria ser apresentada, em alguns de seus elementos, para o grande grupo. Segundo ela foi uma proposta muito interessante e que deu certo, todos trabalharam juntos e a festa se tornou um momento muito rico para todos.
Todos concordaram com a autora quando ela afirma que se as festas ficarem se repetindo todos os anos o conhecimento não irá avançar, se tornará algo mecânico e fragmentado. Uma professora salientou o fato de que a questão não pode ser fechada, não se deve acreditar que as festas têm que acontecer porque as crianças gostam. As datas comemorativas podem, sim, ser trabalhadas, porém é necessária uma reflexão sobre cada uma delas.
As professoras acreditam que é preciso ir rompendo aos poucos com as festas comemorativas, por meio de pequenas atitudes como, por exemplo, não comemorar o dia da criança todo em uma semana, mas sim uma vez a cada semana durante o mês; não dar presentes às crianças, encontrar diferentes alternativas para tirar o caráter comercial daquela data.
Ao fim do encontro, observando que muitos elementos importantes do texto não haviam sido discutidos, devido a falta de tempo, foi decidido que na edição seguinte, em 06.09.2011, seria dada continuidade a discussão, no entanto com outra dinâmica. A Professora Verônica ficou responsável por fazer uma breve apresentação do texto e levantar as primeiras questões a serem discutidas.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO 06.09.2011

Data: 06.09.2011


Horário: 09:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro

Pauta: Discussão de texto sobre planejamento.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

PRÓXIMO ENCONTRO DIA 30.08.2011

Data: 30.08.2011


Horário: 09:00 - 12:00


Local: CEC (Eventos), na Rua Ferreria Lima 82 – Centro

Pauta: Discussão de texto sobre planejamento, este será encaminhado por email.

Relatório do dia 16/08/2011 - Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 16 de agosto às 09h e 20min, deu-se início ao encontro do Grupo Independente (GI). Ele começou um pouco atrasado devido a falta de professores, inicialmente haviam apenas quatro (4), então foi decidido aguardar a chegada de mais professores. Participaram do encontro um total de cinco (5) professores, bem como uma bolsista do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O tema do encontro foi o relato de experiência da professora Michelle Goulart, intitulado A Ginástica, Circo e Dança: um relato da Educação Física na Educação Infantil. O relato foi baseado no Documento das Diretrizes, o qual todos já tiveram acesso. Michelle iniciou sua fala contando que já trabalha há onze (11) anos com Educação Física e que foi com a ginástica que ela começou seu trabalho na Educação Infantil.
Michelle contou um pouco como se organizam as atividades na instituição em que trabalha. Segundo ela o Planejamento é realizado sempre de forma coletiva e a avaliação das crianças é realizada tanto individualmente quanto por grupos, ocorrendo sempre durante as reuniões pedagógicas.
- Projeto Coletivo: é vinculado ao PPP da unidade, ocorre a cada 15 dias e envolve todos os grupos. O cronograma do projeto é formulado durante a reunião pedagógica, assim como sua avaliação. São realizadas atividades que têm como objetivo maior a interação entre as diversas turmas. Segundo Michelle é muito importante a participação dos professores de Educação Física na construção deste projeto, dando mais sustentação a ele.
- Passeios: A idéia de realizar passeios mais regularmente desencadeou-se quando, em conversa, uma mãe afirmou que os lugares mais distantes que o seu filho conhecia eram o supermercado e o Hospital Infantil. Michelle acredita que se não for a professora de Educação Física a organizar, os passeios não ocorrem de forma articulada, no entanto tudo é sempre pensado em conjunto com as professoras de sala. O transporte normalmente é pago por meio de contribuição feita pelas crianças ou pelo comércio localizado aos arredores da instituição. Os passeios são realizados em escolas próximas à creche – nas quais provavelmente as crianças irão estudar, na forma de visistas a clubes de futebol (Avaí e Figueirense), a projetos como o Tamar, museus, teatro, casas das próprias crianças, entre outros. Antes de levar as crianças, professora Michelle procura conhecer o lugar. Sempre após os passeios é criado um DVD com fotos, assim as crianças podem ver-se e fica um documento para creche.
Alguns comentários foram realizados durante a apresentação dos passeios, a professora Inelve perguntou o que as crianças agregam com os aos clubes de futebol, Michelle respondeu que eles oferecem lanches, elas conhecem todos os espaços, vêem o treino, falam com os jogadores, jogam no campo, afirma que é muito interessante. Inelve salientou que são bons os passeios ao centro da cidade, mostrando as antigas construções e as novas, no entanto alguns professores acreditam ser um pouco perigoso.
Após sua fala mais geral sobre os projetos que ocorrem na creche, Michelle abordou mais especificamente de suas aulas de Educação Física. Contou que em todas as aulas trabalha um pouco de ginástica. Destacou algumas dificuldades encontradas como, por exemplo, a visão de ginástica espetáculo que tenta moldar as crianças, poucos trabalhos realizados, a segurança, e a técnica (não para o movimento perfeito, mas como base de segurança para realização do movimento). Michelle entende que todos podem realizar todos os movimentos, e utiliza-se de estratégias para incluir as crianças nas aulas. Associadas à ginástica estão a dança e o circo.
Um dos grandes motivos de se trabalhar com circo, segundo Michelle, é a perda de espaço que este vem tendo com o passar do tempo, hoje as crianças conhecem-no basicamente por meio de DVDs como os da Xuxa e do Patati Patatá. Para iniciar o trabalho, Michelle realiza atividades de teatro, contação de histórias e mostra filmes com o intuito de apresentar o circo para as crianças. Após esta etapa inicial de aproximação, procura conhecer o que as crianças já sabem para depois mostrar e fazer com que experimentem novas formas de movimentos. Apresenta vários papéis do circo e incentiva as crianças a experimentarem todos eles. Para Michelle a apresentação de vídeos é muito interessante, a partir dela as crianças fazem muitas observações e tentam realizar os movimentos apresentados. Ela possui uma caixa com todos os materiais de circo. Esta “caixa do circo” fica na instituição, desta forma as professoras podem utilizar os materiais quando quiserem.
Após o intervalo foram mostradas fotos das atividades que Michelle realiza, foi explicado com funciona cada elemento, viu-se também filmagens das aulas.
Com o término do relato foram discutidos os andamentos para o próximo encontro, que será realizado no dia 30.08.2011. Foi decidido continuar a discussão sobre planejamento, tema iniciado no Encontro de Formação da Rede. O texto a ser discutido será enviado por email.

domingo, 14 de agosto de 2011

Relatório do dia 09/08/2011 - Formação da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 09 de agosto de 2011, às 08h e 25min, teve início o Encontro de Formação Continuada da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. O encontro contou com a presença de 20 professores, bem como de duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O encontro foi coordenado por Alexandre Fernandez Vaz e teve como tema o planejamento. O professor iniciou sua fala comentando sobre os dois tipos de planejamento, o chamado planejamento participante, em que todos estão no mesmo plano de participação na construção deste; e o planejamento mais diretivo, em que se supõe uma hierarquização sobre a participação efetiva ao planejar – caso das unidades educativas infantis. Ele comentou também que segundo o modelo tradicional da Educação Física (EF), o ano letivo é dividido, em sua maioria, por bimestres e as aulas de EF em aquecimento, parte principal e volta calma.
Partindo desta sua fala, o Professor Alexandre perguntou aos outros professores de que forma eles planejavam. Foram expostas diversas formas de planejamento e critérios utilizados para ele. Os professores comentaram que primeiramente realizam uma sondagem da turma, vista por eles como algo de extrema importância, já que é a partir desta que poderão identificar as características, interesses e “problemas” da turma, fazendo seu planejamento a partir desses elementos.
Alguns professores comentaram que fazem seu planejamento através de projetos coletivos com temas geradores, este planejamento é realizado semanalmente e guiado por registros das aulas anteriores. Foi destacado também que não se deve fazer apenas o que as crianças gostam, mas sim permitir que elas experimentem novas coisas.
Outro ponto lembrado pelos professores, como de importância na construção do planejamento, é a relação entre o professor de EF e o professor de sala, como as divergências nas concepções de educação podem favorecer ou não o bom planejamento. Segundo disseram, o plano deve ser flexível, e apesar de a criança não estar realizando a atividade exatamente como se havia pensando, isso não significa que seus objetivos não estejam sendo alcançados. Foi salientado também que é importante considerar as questões de aprendizagem e desenvolvimento da criança, não significando isso a elaboração de um planejamento etapista.
Foi ressaltado durante o encontro que os professores devem sempre procurar ampliar seu repertório de conhecimento e não apenas exigir isso da criança – o primeiro é geralmente pré-requisito para o segundo.
Durante esses levantamentos e destaques realizados pelos professores, o professor Alexandre foi acrescentando alguns pontos importantes, como por exemplo, a importância de se planejar. Ele afirmou que as dificuldades de planejamento existem, assim como imprevistos durante sua realização, no entanto, quanto melhor planejada e pensada a aula, mais facilidade o professor terá em desviar dos obstáculos, sem fugir de seu objetivo. Destaca em diversos momentos que a pretensão do adulto é diferente da pretensão da criança, apesar de, por vezes, elas coincidirem na prática. Fica desta forma claro que nem sempre o que o adulto espera irá acontecer, não significando que a criança não está aprendendo.
O Professor afirmou que os adultos, frequentemente, conhecem mal as crianças, que apesar de afirmarem repetidas vezes que as crianças não são adultos em miniatura, ainda se surpreendem muito com a inteligência e capacidade das mesmas. No fundo, espera-se que as crianças pensem menos que os adultos e o planejamento em sua maioria é realizado não para uma criança, mas sim para um adulto, partindo das suas expectativas. Cabe aí pergunar o que é mais importante: o processo ou o produto?
De acordo com Alexandre, a instituição de ensino tem, entre outras, a função de preparar a criança para a vida pública. Desta forma, é importante uma ampliação de seus saberes, partindo sempre do que elas já trazem de conhecimento. Entende que a criança em um primeiro momento pode não se dispor a experimentar algo diferente, acreditando que não irá gostar, o professor deve então insistir para que ela experimente, já que o gosto da criança tem que ser um critério para a escolha do saber a ser trabalhado, mas não o único, tampouco o principal.
A partir destes apontamentos iniciou-se a discussão sobre quais critérios devem ser utilizados para delimitar os saberes a serem trabalhados, já que é fundamental para um bom planejamento tê-los claramente, além de realizar uma boa análise de conjuntura. Desta forma, é importante saber cruzar tempo, lugares e saberes (sabendo como se dá cada um destes elementos). É necessário que o professor saiba que o tempo cronológico não faz sentido para a criança e que ela o pensa diferentemente dos adultos. Para um bom planejamento deve-se ter metas e objetivos bem definidos.
Outro ponto bastante destacado foi a busca pelo equilíbrio entre as demandas da Educação Infantil e a formação do professor, sendo muitas vezes necessário que o professor faça uma formação complementar ou busque outras maneiras de suprir tais demandas. Também é importante que o planejamento seja detalhado, desta forma, o professor poderá observar de antemão algumas incoerências em seu planejamento. Permite também que ele considere o quanto sabe sobre aquele determinado assunto, já que, por muitas vezes as afirmações genéricas muitas vezes escondem aquilo que o professor não sabe.
O encontro encerrou-se com comentários referentes à importância de um currículo específico para EF na Educação Infantil, já que na formação, os professores aprendem muito sobre o que não fazer e pouco sobre o que deve ser trabalhado com essa etapa da educação. Concluiu-se que é preciso mais pesquisas relacionadas ao tema, para subsidiar a construção de um currículo que oriente de forma mais segura o trabalho pedagógico.