Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Relato do dia 12 de Maio de 2015 - Formação de Professores do Grupo Independente de Educação Física

          
           No dia 12 de Maio de 2015, a partir das 9h, teve início o Encontro de Formação de Professores do Grupo de Estudos Independente de Educação Física na Educação Infantil. Nesse dia, reuniram-se oito pessoas, sendo sete professores e uma bolsista da UFSC. A reunião teve com pauta a discussão do texto “O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e o Espontaneísmo – (Re)colocando o ensino como eixo norteador do trabalho pedagógico com crianças de 04 a 06 anos”, de Alessandra Arce. A leitura do texto fora feita previamente por todos, e a discussão foi orientada pelo professor Cláudio, mas com a participação dos demais.
            O texto foi selecionado, entre tantos outros, pois uma das questões discutidas nos encontros do ano anterior, e que chamou a atenção, foi a Pedagogia da Infância, que se faz presente neste trabalho. O objetivo principal da autora ao escrevê-lo, é trazer as questões presentes no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), propondo uma reflexão sobre a prática pedagógica.
            Na introdução do texto, a autora descreve de que modo é colocado o papel do professor, gerando algumas críticas ao seu modo extremo de assim fazê-lo, descrevendo sua opinião de maneira que não haja “meio termo”, e sim, uma única solução: “Estamos em tempos em que aprender a aprender é imperativo, portanto o “velho” professor que ensina deve ser aposentado definitivamente”. A partir de tal colocação, provoca o leitor sobre as demais questões a serem tratadas, como os conceitos de criança, professor e conhecimento.
            Surge uma indagação por parte da professora Adriana: Será que ela (autora) tem ido às creches para ver o que está sendo feito? A questão foi discutida entre todos, propondo uma reflexão sobre as próprias práticas, que são “guiadas” pelo documento do RCNEI, mas que incluem também a visão do próprio professor e a necessidade e realidade das crianças envolvidas. Eles parecem entender que esta questão poderia ter sido desenvolvida também no texto. Nesse momento, Cláudia contribui contando a experiência de “desconstrução” (falas, movimentos, relação com o outro) que está sendo desenvolvida em seu ambiente de trabalho, incluindo os demais profissionais envolvidos, e fala das dificuldades da mudança,  mas ressaltando a iniciativa proposta na instituição.
            Outra crítica que surge é a mudança de foco do objetivo de todo o trabalho na Educação Infantil. Antes era privilegiada a educação da criança, mas hoje, são as relações (professor - criança, criança - criança). Heloísa coloca que os dois (educação/relações) devem ser  foco de todo o processo, pois se fazem necessários para o desenvolvimento da criança. Cláudia indica alguns documentários que fazem menção a estas questões: “Caramba, Carambola: o brincar tá na escola!”, “Tarja branca”, “Happy: documentário sobre a felicidade genuína ”e “I am”.
            O conceito apresentado sobre o “professor” no RCNEI e apresentado nesse texto, é: “O professor posto em evidência pelo RCNEI tem como função precípua ofertar brinquedos, espaço e tempo para as brincadeiras infantis na instituição, possibilitando que as crianças escolham os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar, permitindo que os alunos organizem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais, brincando de maneira espontânea e prazerosa”. Dessa forma, pela percepção dos professores presentes, é colocado de forma como se a criança pudesse aprender sem a presença do professor, mesmo sendo ele colocado como intermediador.
            A Educação Infantil é colocada como “assistencialista” e “preparatória para o ingresso na primeira série do ensino fundamental”. Segundo os professores presentes, há transmissão de conhecimento nesta faixa etária, de acordo com a metodologia que orienta seu trabalho. Mas, diferente dos “padrões escolarizantes”, na EF busca-se não disciplinar corpos, e isto se fez presente nos relatos de prática de algumas professoras. Mencionaram que há momentos em que as crianças devem conhecer as coisas por si só, da maneira que julgarem mais apropriadas, mas também há momentos em que é necessário escutar, sentar e ouvir, pois isto faz parte do conhecimento. Outra questão, referente a “padrões das escolas”, são os termos utilizados: “conteúdos”, “alunos”, “aulas”, “prof”, “tia”. Algumas professoras utilizam alguns destes termos, enquanto outras não se sentem confortáveis, explicando isso através de exemplos e argumentos que foram construídos na história da Educação Infantil, ficando a critério de interpretações e vivências de cada professor(a).
            Neste momento, surge outra indagação da professora Adriana: “O que é trabalhar com conhecimento na Educação Infantil? E na Educação Física da EI?”. Em sua opinião, há um excesso de cientificismo, e os bebês estão ainda conhecendo o mundo racional. Isto deve ser relevado, de modo a respeitar o desenvolvimento das crianças de 0 a 3 anos. A professora Cláudia mencionou que suas práticas pedagógicas são voltadas para o “conhecimento do mundo”, de maneira que busca propiciar algo que só terão a oportunidade de vivenciar no espaço da Educação Infantil, pois afirma que no ambiente escolar, o olhar não é voltado para cada criança, de acordo com suas particularidades. Com esta colocação, a professora Adriana e Heloísa propuseram que este assunto seja pauta de um dos encontros, para que possam aprofundá-lo e conhecerem de que modo a professora Cláudia organiza suas práticas. Neste momento, a professora Cláudia já havia se retirado, então esta proposta será colocada novamente em outra ocasião, para que vejam a possibilidade.
            A proposta da Pedagogia da Infância se faz presente no RCNEI, e foi pauta de breve discussão, com o intuito de entender seu principal objetivo, que é uma aprendizagem sem terminalidade, sendo possível apresentar temáticas diversas. Neste momento do encontro, são compartilhadas experiências diversas com o trabalho de variados temas, como esportes, jogos e brincadeiras, danças. Também foi mencionado o desafio da disponibilidade corporal do professor, que deve brincar com as crianças, assumir papéis dentro das propostas, aprendendo junto com elas.
            A última indagação e crítica ao texto foi colocada pela professora Adriana: Como dar aula sem sentir prazer?. No texto e no RCNEI é muito comum falarem da necessidade da criança executar algo sentindo prazer, porém, para ela e para os demais presentes, é impossível isto não se fazer presente também na prática do professor.
            Por último, conversamos um pouco sobre a formação do docente, a forma que se estruturam os estágios na formação, fazendo relação com a realidade que encontrarão após o curso, relacionando algumas questões discutidas sobre o texto e expondo opiniões.
            Para o próximo encontro, no dia 26 de Maio, ficou marcada uma visita a duas instituições. Primeiramente, iremos ao Dra. Nei Zilda Arns Neumman (NEI Carianos), localizada na Rua Arco Íris, nº 79, 8ª quadra, no Bairro Carianos. Em seguida, iremos nos dirigir à Creche Hassis, localizada na Rodovia Jorge Lacerda, na Via Expressa Sul, no bairro Costeira do Pirajubaé. Para locomoção, alguns dos presentes se disponibilizaram a ir de carro e oferecer carona à quem precisar.
            O encontro encerrou-se às 12h.


Referências:


ARCE, Alessandra. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e o Espontaneísmo: (Re)colocando o ensino como eixo norteador do trabalho pedagógico com crianças de 4 a 6 anos. In: ALINEA (Ed.). Quem Tem Medo De Ensinar Na Educação Infantil? 3. ed. Campinas: Alinea, 2013. Cap. 1. p. 13-37.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Relato do dia 28 de Abril de 2015 – Formação de Professores do Grupo Independente de Educação Física

Autoria: Mariana Vieira Flores da Silva

No dia 28 de Abril de 2014, a partir das 9h, teve início o Encontro de Formação de Professores do Grupo de Estudos Independente de Educação Física na Educação Infantil. Neste dia, reuniram-se onze pessoas, sendo dez  professores e uma bolsista da UFSC. A reunião teve como pauta, continuar as apresentações dos Relatos de Experiência com crianças de 0 a 3 anos.
Inicialmente, a professora Marialma Lauermann dos Santos, que atua no NEI Campeche, apresentou seu projeto denominado “MovimentAr-te, comentando sobre os objetivos previstos por ele e a localização e atual estrutura da instituição. Também citou sobre as dificuldades encontradas no decorrer do seu planejamento, em função de seu primeiro ano de atuação profissional na área.
Em seguida, a professora Cláudia de Almeida Tem Caten, atuante há dez (10) anos na Creche Doralice Teodora Bastos, localizada em Canasvieiras, apresentou um pouco da instituição e variadas imagens que representam a prática, voltada para o “conhecer o mundo”. Ao final, leu o texto “Educação Física e bebês explorando o mundo: relações com espaço, tempo e materiais”, redigido por ela mesma com a intenção de expressar o que considera sobre essa relação em seu planejamento.
            Por último, Charles Cauroi Brandão, o qual atua na Creche Clair Gruber Souza, localizada também em Canasvieiras, apresenta variadas imagens sobre as práticas realizadas, ressaltando a importância do olhar atento às “pequenas coisas” que podem ser inseridas nas intervenções para crianças de 0 à 3 anos.
            Durante todas as apresentações, surgiram questionamentos e esclarecimentos, de maneira a acrescentar na atuação dos demais profissionais que acompanharam e também nos que apresentavam.
            O encontro encerrou-se às 12 horas.


Referências

CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL CASTELO BRANCO (Joinville). Secretaria Municipal de Educação. Desafios Motores. 2012. Disponível em: <http://ceicastelobranco2.blogspot.com.br/2012/09/desafios-motores.html>. Acesso em: 15 fev. 2015.

HUIZINGA, J. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 2008. 256 p.

KISHIMOTO, T. M.; FREYBERGER, A. Brinquedos e Brincadeiras de Creches: Manual de Orientação Pedagógica. Brasília, 2012. 158 p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=12451&Itemid;=>. Acesso em: 15 fev. 2015.

KUNZ, E. Transformação Didático-Pedagógica do Esporte. Ijuí, RS: Editora Unijuí, 1994. 152 p.

WEFFORT, M. F. (Org.). Instrumentos Metodológicos I: Observação, Registro, Reflexão. Segunda Edição: Espaço Pedagógico, 1996. 63 p. (Série Seminários).


SCHMITT, Rosinete Valdeci. “MAS EU NÃO FALO A LÍNGUA DELES!”: AS RELAÇÕES SOCIAIS DE BEBÊS NUM CONTEXTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL. 2008. 218 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Educação e Infância, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/91437/256623.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 30 abr. 2015.