Começamos o encontro às 9h20min., com a professora Inelve sugerindo a discussão do texto: Educação do corpo infantil como politização às avessas: um estudo sobre os momentos de alimentação em uma creche / RICHTER, Ana Cristina e VAZ, Alexandre Fernandez. Para os professores ali presentes, os momentos de alimentação muitas vezes servem para a busca da “autonomia” das crianças. Mas que “autonomia” é esta que obriga algumas vezes as crianças a comerem aquilo que os adultos querem? Na maioria das instituições de 0 a 5 anos, durante esse momento, as crianças são condicionadas a comerem apenas determinados alimentos, como arroz, feijão, laranja, saladas, banana, maça etc. André colocou a questão do cardápio das creches: estamos cercados pelo mar e não é servida às crianças a tainha, que é um peixe que tem em abundância na nossa cidade. Um dos professores colocou que um possível motivo desta falta seria porque a pesca da tainha é artesanal, tem poucas empresas que pescam este peixe, por isso é difícil fazer uma licitação, na busca de fornecedores do pescado. Porém outro professor discordou, disse que a maior reclamação do sindicado dos pescadores é que os navios grandes pescam a tainha lá no meio do mar, e são poucas as que sobram para os pequenos pescadores. Um dos possíveis motivos de as creches receberem sempre os mesmos alimentos seria porque a prefeitura manda aquilo que seria de fácil acesso. Pelos relatos dos professores percebemos que são poucas as creches que servem saladas verdes, isso porque a prefeitura não disponibiliza estas verduras. Segundo a gerência da alimentação, estes alimentos não são distribuídos porque estragam muito fácil, amassam e podem chegar impróprios para o consumo. Inelve nos relatou que em sua instituição as crianças comem saladas verdes todas as quartas-feiras, pois neste dia acontece uma “feirinha” próxima à creche, onde são compradas alfaces, couve etc.
De acordo com alguns professores, esse texto fica restrito, pois mostrou apenas uma experiência numa determinada instituição, sendo assim, não podemos generalizar para toda a rede. Existem sim, algumas instituições em que o momento de alimentação é um momento em que a imaginação e a fantasia toma conta do ambiente, quando as crianças não comem por comer, para não sentirem fome depois, mas sim se alimentam sabendo a importância dos alimentos para o corpo e para a vida. Para que isso aconteça, os profissionais de toda a instituição precisa se unir para mais bem compreender esse momento de alimentação, proporcionando a integração de diferentes faixas etárias. Ainda sobre o texto, verificou-se que esta pesquisa traz somente o lado negativo da situação, seria interessante que ele abordasse momentos de sucesso nos momentos de alimentação.
Uma professora nos relatou que em sua instituição a professora de sala não a deixa participar do momento de alimentação. Ela até levou este fato à diretoria, mas até agora nada se resolveu. A professora Cida nos contou que em sua instituição havia o Grupo
6, que não queria comer salada nem frutas, então um trabalho realizado com as professoras de sala e a professora de Educação Física mostrou a importância dos alimentos, quais as vitaminas, quais as fibras existentes nos alimentos, e o como essas vitaminas e essas fibras agem em nosso organismo. Foi uma forma de “conscientização corporal”, mostrar a importância de se alimentar. A partir dessa “conscientização” as crianças voltaram a comer saladas e frutas e também a “exigir” comê-las em casa.
Após a pausa para o café, o grupo decidiu se encontrar terça-feira dia 13.07 às 9h na UFSC, para a conclusão do trabalho com as Diretrizes. Então ficou decidido que até dia 10.07 as pessoas responsáveis em escrever os textos os enviariam a Alex, que irá copilar os dados. André ficou de fazer um roteiro para escrever o texto das Diretrizes, assim o grupo acredita que será mais fácil articular as ideias.
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