Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Relatório do dia 18/10/2011 - Formação Continuada dos Professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 18 de outubro de 2011, às 09h e 10min, teve início o Encontro do Grupo Independente. Ele contou com a presença de oito (8) professores, bem como de duas bolsistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
No início foi discutida a possibilidade de participação do Grupo em uma turma da disciplina Infância e Educação do Corpo, do curso de pedagogia do CED/UFSC, ministrada pela professora Luciana Marcassa. O convite foi realizado pela própria Luciana e se baseia essencialmente em um relato dos professores do Grupo sobre o surgimento e andamento dele, bem como algumas experiências como professores de Educação Física da Educação Infantil. A professora Luciana disponibilizou ao grupo 3 horários e dias, para que escolhêssemos o que mais bem se ajustaria a nossos horários, os professores presentes no encontro decidiram pelo de quarta (16:20h às 18:00h) ou sexta (13:30h às 15:10h). Decidido isto, ficou ao encargo da professora Adriana entrar em contato com Luciana e marcar a data. Serão apresentados no dia o texto das Diretrizes (será enviado anteriormente para as alunas, sempre lembrando que ele ainda está em construção, não podendo, desta forma, ser divulgado) e alguns slides com fotos das práticas dos professores que compõem o Grupo Independente.
Após ser decidido sobre a participação do grupo na disciplina deu-se início ao Relato de Experiência da professora Lisandra, que atua no Núcleo de Educação Infantil Ingleses, com vinte (20) horas e cinco (5) grupos, sendo estes o G2, G3, G4, G5 e G6.
Lisandra inicia seu relato dizendo que tem a colaboração de todas as professoras de sala em suas aulas, exceto a do G3 e que através dessa participação fica mais fácil e seguro realizar atividades que propõem certo desafio para as crianças..
Baseada na ginástica natural, Lisandra foi construindo sua prática focada no movimento, no sentir-pensar-agir, proporcionando sempre atividades desafiadoras, circuitos e espaços estruturados. Afirma que a Educação Física na Educação Infantil deve se constituir como um espaço-tempo de ludicidade, descoberta e criatividade, a partir de experiências com movimentos corporais.
Lisandra deixa claro que prefere trabalhar com três (3) aulas semanais de quarenta e cinco (45) minutos, porém destaca que os horários em sua instituição são muito flexíveis, podendo assim haver ajustes conforme o andamento da aula. Ela utiliza espaços de controle (consegue ter maior controle das crianças e das atividades) para ministrar suas aulas, como o hall (antigo refeitório), a sala de aula, sala multiuso e algumas vezes a parte gramada do parque. Destaca que não gosta de utilizar o parque, por ter que “competir” a atenção das crianças com ele, além de que durante o período da manhã o clima não é muito propício, já que na primeira parte da manhã o parque ainda está muito úmido e depois fica com sol muito forte.
Muitos materiais são utilizados para montar as aulas, como colchonetes, cordas, elásticos, tábuas, steps, mini cama elástica, bancos, mesas, colchão, bolas, rolos, carretéis, entre outros. O reaproveitamento de objetos que incrementam as aulas também acontece, canos grossos de papelão que viram pontes, por exemplo. Alguns destes materiais são trazidos pelas professoras de sala.
Uma característica bem marcante das aulas são atividades que desafiam as crianças, para isso deve-se pensar na segurança delas. Lisandra comenta que algumas professoras de sala ficam receosas e inseguras com as atividades, acreditam que as crianças não são capazes de realizá-las e acabam passando essa falta de confiança e medo para as crianças, acabando por boicotar algumas brincadeiras.
Foram citados alguns Nós Pedagógicos – como este último da insegurança e receio das professoras, mas também o longo período de adaptação com as crianças do G2, pouco tempo de concentração dela, que se dispersam muito rápido, a falta de noção do perigo, o fato de poucas crianças falarem, tendo a necessidade de se utilizar outro tipo de linguagem que não a oral, ou ter a professora de sala como única referência. Lisandra chama a atenção para sua preferência por três (3) aulas semanais, desta forma é possível uma maior aproximação e convivência com as crianças, fazendo com que elas se acostumem mais facilmente com aquela presença e prática.
Quando falava do G3, Lisandra destacava que o grupo tem uma característica bem marcante, que é a desconstrução da aula que a professora propôs, sendo que em todas as aula eles ressignificam os objetos criando outras brincadeiras e atividades. Lisandra diz que em toda aula acontece essa nova elaboração e que nunca ocorre o que ela havia planejado, porém ela não vê isso como uma característica negativa, sabendo da importância da ressignificação para estas crianças.
A avaliação é feita por meio de observações sistemáticas da participação, interesse e envolvimento das crianças. Tem o auxilio do registro fotográfico e filmagens, conversa com as professoras regentes e auxiliares de sala, também são feitos registros diários, de aproximadamente cinco (5) crianças por grupo. Lisandra formulou uma tabela para anotações de cada criança, o que ela faz ou não, ou o que começou a fazer, assim as professoras de sala auxiliam na tarefa de avaliação, observando e anotando. Lisandra realiza uma avaliação coletiva para o grupo e posteriormente a avaliação individual de cada criança.
Lisandra trouxe muitas fotos ilustrando suas aulas, principalmente com o G2, como organiza os espaços e as atividades, como conseguiu montar atividades com a utilização de objetos que para muitos não teriam utilidade nas aulas. Nas filmagens levadas por ela, foi-nos possível ver a interação entre as crianças, entre as crianças e a professora Lila – assim chamada pelos pequenos, os fatos comentados sobre o G3, como as crianças se apropriam das brincadeiras, como ressignificam, e as aulas bem formuladas e pensadas pela professora.

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