O encontro de Formação
de Professores do Grupo Independente de Educação Física do dia 13 de maio teve
como pauta a Oficina de Danças da Cultura Popular ministrada pelo Professor Reonaldo,
com a presença de 10 professores, 2 bolsistas vinculados diretamente ao projeto
e mais 1 bolsista do Curso de Educação Física da UFSC que participou sob a
orientação da Professora Adriana. A Oficina ocorreu na sala de oficinas na CEC,
conhecida popularmente como Casarão.
O Professor
Reonaldo iniciou explicando sobre o tambor, um instrumento de percussão que
ajuda a marcar o ritmo das danças. Antes de iniciar o ensinamento de algumas danças
da cultura popular, o professor realizou uma dinâmica que trabalha o ritmo,
pois ele é fundamental para a execução de qualquer dança. A dinâmica é
conhecida como Brincadeira do Mosquito
Africano, segue abaixo sua descrição.
Mosquito
africano (ou da dengue)
Os participantes se posicionam em
círculo e imaginam que existe um mosquito pulando de cabeça em cabeça. Então a
pessoa que tem o mosquito na cabeça se abaixa para que as outras duas que estão
do seu lado direito e esquerdo batam palmas em cima de sua cabeça.
Em seguida, quando o mosquito passar
para a cabeça do vizinho, aquele que se havia abaixado terá que bater palmas
simultaneamente com o outro vizinho do ator que agora está com o mosquito.
Complicadores:
mudar o sentido; aumentar o ritmo; passar vários mosquitos.
Com o término da dinâmica que trabalhou
o ritmo, o professor nos ensinou um passo de ciranda que pode ser utilizado
para diversos de seus tipos. Após o passo ensinado dançamos o Cirandeiro, Minha
Sabiá, Lavadeira, Olaria do Povo (Vaso Quebrado) e Cana Verde. (as letras das
danças seguem no final do relatório) Durante
a execução das cirandas, o Professor Reonaldo informava sobre o trabalho das danças
populares com as crianças. Desde seus ritmos, letras, histórias e o
desenvolvimento corporal.
O Professor
Reonaldo informou que aprendeu a Dança Cana Verde com a Dona Benta, em 1992,
com aproximadamente 72 anos na ocasião, uma senhora que conviveu com Franklin
Cascaes e foi ele quem a ensinou a Cana Verde quando ela tinha apenas 12 anos.
Um
elemento que foi citado no encontro que caracteriza as danças populares foi a
repetição das letras, o que facilita a memorização das músicas para as
crianças.
Para
finalizar a parte do encontro com as danças, o Professor Reonaldo nos ensinou 2
danças de Cacuriá e Carimbó, a da Formiga e do Marimbondo, que são da mistura
entre a cultura europeia, de negros, dança que tem origem do Maranhão repassada
pela senhora Dona Teté. Seguem a baixo as letras das músicas:
Formiguinha
Formiga me mordeu, formiga me mordeu,
Formiga me mordeu no canavial.
Que que tu foi fazer
Que que tu foi buscar
Fui buscar cana pra nós chupar.
Formiga me mordeu no canavial.
Que que tu foi fazer
Que que tu foi buscar
Fui buscar cana pra nós chupar.
Marimbondo
Tanta
laranja espalhada pelo chão
Vem
cá Mulato
Eu
não vou lá não
Que
isso nego?
É
marimbondo Sinhá
Tá
em cima, tá embaixo, tá em todo lugar.
Após o termino da execução das
danças, fizemos uma roda de conversa para falar sobre o primeiro dia de oficina.
Foram discutidos os temas de Cultura
Popular, Ritmo e as Crianças. O cuidado ao lidar com as crianças, para não
infantilizar as aulas.
Outro tema discutido foram as relações entre cultura popular e mídia. Atualmente a mídia está influenciando demais a cultura da sociedade e a cultura popular é quem está sofrendo, principalmente pela falta de incentivo (apoio e divulgação, por exemplo).
Outro tema discutido foram as relações entre cultura popular e mídia. Atualmente a mídia está influenciando demais a cultura da sociedade e a cultura popular é quem está sofrendo, principalmente pela falta de incentivo (apoio e divulgação, por exemplo).
Se a população brasileira não tem
conhecimento sobre a cultura do país ela não é apoiada, reconhecida, não sendo assim
valorizada. O Professor Reonaldo contou um exemplo do Estado do Maranhão, em
que anualmente produzem um CD contendo as melhores músicas do ano para vender à
população. Neste caso, a cultura popular tem apoio das mídias e por isso há
reconhecimento, apoio e procura.
Outro tema abordado foi o trabalho
com o Boi de Mamão nas escolas da Rede. Professores relataram que muitas crianças
possuem fases de querer ser sempre o mesmo personagem, como por exemplo a
Maricota, e que algumas vezes nenhuma criança escolhe ser o Boi. Neste caso,
como realizar um Boi de Mamão sem Boi? O Professor Reonaldo informou que uma estratégia
é fazer o Baile das Maricotas, desta forma não há necessidade de Boi.
Outro tema destacado foi a
espetacularização das danças, cirandas. Muitos profissionais da educação com a
proximidade de uma data comemorativa querem organizar apresentações de dança
com as crianças. Todavia, a dança deve ser algo cotidiano, natural e não algo
ensaiado, treinado, como por exemplo a “dança pezinho” (“ai bota aqui)”, na
qual as crianças são forçadas a decorar em um mês uma coreografia para ser
apresentada aos pais e após esta não mais se dançará.
Uma solução apontada pelo professor
Reonaldo é a apresentação de uma dança que já vem sendo trabalhada durante as
aulas, não com o objetivo de espetáculo, mas contemplada nos conteúdos
ministrados nas aulas. No dia da apresentação será natural para as crianças
dançarem aquela música, pois elas já estão familiarizadas e dançam sem ter que
decorar algo.
Segue abaixo a letra de mais algumas
danças ensinadas na Oficina.
O encontro encerrou se aproximadamente 11:45 hs.
Vaso Quebrado (Olaria
do Povo)
"Lucas vai ter que entrar
na olaria do povo
Lucas vai ter que entrar
Lucas vai ter que entrar
na olaria do povo
Ele desce como um vaso velho e
quebrado
e sobre como um vaso novo
Ele desce como um vaso velho e
quebrado
e sobre como um vaso
novo"
Lavadeira
O sol por ali assim
Chegou uma neguinha assim (2x)
A trouxa era desse tamanho
Com um pedaço de sabão assim
(2x)
Lava, lava, lavadeira
Quanto mais lava, mais cheira
(2x)
Enxágua, enxágua, lavadeira
Quanto mais enxágua, mais
cheira (2x)
Seca, seca, lavadeira.
Quanto mais seca, mais cheira
(2x)
Passa, passa, lavadeira
Quanto mais passa mais cheira
(2x)
Guarda, guarda, lavadeira
Quanto mais guarda, mais
cheira (2x)
Referências:
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