Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

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quarta-feira, 8 de abril de 2009

RELATÓRIO 17/03/09

No primeiro encontro do ano fizemos uma breve recapitulação das temáticas debatidas no ano anterior, bem como uma auto-avaliação do processo desenvolvido. Além de almejar a avaliação, também teve o intuito de encaminhar os aspectos metodológicos para este ano, usando como base a experiência recente para reformular a proposta e agregar outros elementos para avançar cada vez mais a discussão sobre a Educação Física na Educação Infantil e também na perspectiva de produção de material didático de apoio aos professores da rede.
É consenso no grupo, que desde julho de 2004 vem debatendo a presença da Educação Física na Educação Infantil, que chegou a hora de uma aproximação maior com a secretaria municipal de educação, no sentido de partir para uma contribuição propositiva, principalmente no que se refere a organização do tempo pedagógico da Educação Física na Educação Infantil, que atualmente é dividido em três sessões semanais de 45 minutos.
Apesar do caráter escolarizante que a Educação Física se configura nas instituições de ensino que atendem crianças de 0 à 5 anos na questão do tempo, algumas propostas de superação deste modelo já estão consolidadas e começam a dar “frutos”, como relatado por uma professora participante do grupo, que mudou de instituição e encontrou uma situação favorável para desenvolver um trabalho nesta perspectiva, “herança” esta deixada pela antiga professora, que também faz parte do grupo.
Esta luta travada pelos participantes do grupo caminha no sentido de “ultrapassar as fronteiras estanques que determinam a especificidade das diferentes áreas do conhecimento e abrir espaço para a troca, a discussão, a integração entre os diferentes profissionais que atuam com crianças pequenas, que isoladamente, não conseguem construir um trabalho voltado para as “reais” necessidades que exige o mundo infantil, tendo em vista que estas necessidades perpassam uma gama de áreas do conhecimento”, (Sayão, 1999). Sendo assim, o professor de Educação Física deve se articular dentro da instituição para não ser um prestador de serviço desvinculado do contexto onde atua.
Ainda há grande diferença entre as instituições que atendem os pequenos, enquanto algumas propostas inovadoras já se concretizaram, em outras, os professores de Educação Física enfrentam problemas, como relatado por uma professora, que ao chegar na creche a professora de sala disse para ela (professora de Educação Física) se envolver no projeto dela (professora de sala) e que desse aula no parquinho, porque se algumas crianças não quisessem fazer as atividades, poderiam ficar brincando com ela (professora de sala). Este tipo de dificuldade não está desvinculado da história da Educação Física na Educação Infantil e como lembrado pelo professor ministrante, a professora de sala pelo menos demonstrou preocupação em incluir a Educação Física, ainda que de uma forma equivocada, pois houve tempos em que o diálogo não existia.
Retomamos brevemente uma discussão empreendida pelo grupo no ano anterior em relação a técnica. Há uma falsa idéia de que a técnica coíbe a criatividade, espontaneidade, porém a concebemos por um outro ponto de vista, a técnica como um elemento potencializador da ampliação do repertório de movimentos, em que a criança com um aparato técnico cria outras possibilidades, outros sentidos, peculiares desta fase, construindo assim a cultura infantil.
O domínio da técnica é de certa maneira o domínio do próprio corpo, então, ela assume grande importância quando nos referimos à segurança, e para além disto, o processo de aprendizagem da técnica proporciona momentos prazerosos para as crianças, que vivenciam e desfrutam a possibilidade de fazer um determinado movimento com satisfação, como descrito diversas vezes pelos participantes do grupo, além de começarem a atribuir um valor estético para os movimentos.
Surgiu a idéia de convidar alguns supervisores, que são figuras importantes na organização pedagógica das instituições, para participar dos encontros de formação, porém esta proposta ainda deve ser melhor debatida e articulada pelo grupo.
Algumas propostas/idéias para o ano que se segue começaram a tomar corpo neste encontro, são elas: 1) Ampliar a documentação de práticas pedagógicas através do registro pessoal; 2) Buscar elementos que perpassem as práticas de Educação Física na Educação Infantil, algumas generalidades, em relação as dificuldades e como as enfrentam, a práticas bem sucedidas, entre outros, para então analisar o que podemos adentrar e buscar uma compreensão maior; 3) Acompanhar sistematicamente um processo desenvolvido em 1 instituição e tirar elementos que possam fomentar debates; 4) Promover oficinas de formação, atreladas ao contexto do processo e não como episódios isolados;

Bibliografia
SAYÃO, D. T. Educação Física e educação infantil: riscos, conflitos e controvérsias. In: Motrivivência, Florianópolis, ano XI, n. 13, nov. 1999. p. 221 – 238.

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