Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

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terça-feira, 4 de maio de 2010

Relatório do dia 04/05/2010 - Formação Continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

Começamos o encontro às 9h13min com uma breve discussão sobre a possível greve dos professores da rede municipal de Florianópolis. A professora Inelve colocou em questão se em situação de greve, os encontros do grupo continuariam ou não. Alguns professores se mostraram contra a paralisação dos encontros, pois isso acarretaria a interrupção do cronograma pré-estabelecido pelo grupo, e o cumprimento das horas para receber o certificado. Em contraponto outras professoras colocaram a questão da luta na greve, se elas estiverem em reunião no grupo, as atividades de reivindicação podem enfraquecer se caso houver algum evento no dia e horário dos encontros. Estando neste impasse, o professor Alexandre sugeriu que o assunto fosse discutido no intervalo esta questão.
Antes de começar o debate do texto sobre Gênero e Infância, o professor Alexandre sugeriu alguns eventos importantes sobre este tema. Um deles é um evento que ocorrerá em Florianópolis no mês de agosto que se chama Fazendo Gênero, onde há apresentação de trabalhos temáticos, artigos sobre gênero e infância. Outra indicação foi sobre o Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS), um grupo de pessoas que, entre outras atividades, fazem um trabalho voluntário nas escolas sobre bulling e preconceitos. O professor apresentou-nos um fôlder do NIGS-UFSC sobre o lançamento do II Concurso de Cartazes e Redações sobre Lesbofobia, Transfobia e Homofobia nas escolas.
Sobre o texto, professor Alexandre iniciou falando sobre a história do esporte que era vinculada aos papéis sexuais; as mulheres levaram anos para conquistar lugar nas Olimpíadas. A criação dos esportes os dividia em masculinos ou femininos. Os esportes “mistos” eram aqueles sem contato. Lembramos que até bem pouco tempo os cursos de Educação Física da UFSC e da UDESC eram específicos para o sexo masculino ou feminino; o professor masculino era formado para dar aulas para meninos, e a professora feminina para dar aulas para meninas. Durante a conversa os professores relataram alguns momentos que vivem na prática casos envolvendo as diferenças dos sexos na educação infantil. Uma professora relatou que em uma das festas de natal feita na creche onde trabalha, quando os presentes eram bonecas para meninas e carrinhos para meninos, numa ocasião uma menina foi até o Papai Noel e pediu para trocar a boneca por um carrinho. A preocupação das professoras no momento não era sobre vontade da menina querer um carrinho, mas o que os pais iriam dizer quando ela chegar a casa com o carrinho. Situação parecida foi relatada por outra professora: durante um dia de oficinas na creche, a de “salão de beleza” foi muito freqüentada, inclusive pelos meninos, um deles queria pintar as unhas com esmalte “rosa chiclete”, a professora advertiu-lhe sobre a possível reação do pai quando viesse buscá-lo, ele disse que “dava um jeito” de esconder as unhas. A professora optou por não pintá-las.
A relação da escola (e das instituições que atendem a infância) com a família é de extrema importância, inclusive para explicitar aos pais os propósitos de certas atividades desenvolvidas pela escola. As escolas ou creches não devem se tornar refém da família; o preconceito as crianças aprendem, muitas vezes, em casa. A professora Inelve relatou sua experiência com a atividade do Boi de Mamão, onde ela percebe que cada vez mais as meninas querem passar pela experiência de ser o Boi e os meninos de se fantasiarem de Maricota. O professor Alexandre lembrou eventos como o carnaval e jogos de futebol, onde as pessoas se fantasiam sem medo de comentários maldosos, ou preconceito. Precisamos pensar e estudar mais a respeito desses temas, pois a infância é um lugar de experimentações e é com o passar dos anos que a sexualidade é definida.
Tivemos também um relato de um menino que “incomoda” muito durante a aula. Esse mesmo menino quando não consegue atrapalhar a aula, bate no professor, se morde e quando entra no banheiro tenta quebrar tudo. Neste caso, a instituição deve tentar conhecer a história dessa criança para então quem sabe compreender o porquê que ela age assim. Em particular, quando a instituição não sabe mais o que fazer é preciso que buscar ajuda, até mesmo com o Conselho Tutelar ou Serviço Social.
Na segunda parte do encontro falamos sobre o processo de naturalização das coisas. Como exemplo, foi comentado que a genética é importante para detectar a probabilidade de uma pessoa ter uma determinada doença que alguém de sua família teve, porém não se deve naturalizar, não será por isso que necessariamente terá a doença. Na educação física, a pratica através da repetição, também naturaliza os movimentos. Deve-se estranhar o que é natural.
A professora Michelle relatou um episodio sobre uma professora de uma determinada creche que há 20 anos emprega o mesmo caderno de atividades. Este era usado durante todo o ano, porém, hoje em dia em um semestre ela passa todas as atividades do caderno. As práticas são repetidas todos os anos, e esta professora entende que sua aula não esta mais dando certo por causa das crianças do “novo tempo”. Por meio deste comentário foi ressaltado pelas professoras a importância da formação permanente no movimento de pensar a prática.
Sobre a formação continuada dos professores de classe, foi ressaltado que quando eles participam de alguma formação, aparecem mais propostas para práticas coletiva. As discussões nas reuniões de professores são mais participativas, com mais elementos. Por isso a importância da formação continuada de professores. Professor Alexandre sugeriu que os professores presentes convidassem mais professores para participar dos próximos encontros, pois o grupo está com uma discussão dos assuntos boa. A professora Inelve se propôs a convidar alguns e ligar para aqueles que já participavam, mas que por algum motivo não estão mais comparecendo ás reuniões. A Profª. Michelle comentou que há diretores de escolas não repassam as convocações ou convites para os professores, para não precisar liberá-los para realizar o curso. A professora Denize, que não tem podido frequentar as reuniões do grupo, sugeriu que voltássemos a fazê-las alternadamente, uma no período matutino e outra no vespertino, de forma que ficaria mais fácil para quem não pode estar presente em um período, não deixar de participar dos encontros. Ou, por outra, as pessoas podem se programar para uma tarde ou manhã por mês realocarem seus outros compromissos.
Finalizando o encontro, o professor Alexandre, dando encaminhamento à proposta de Lisandra, sugeriu que postássemos uma chamada no blog sobre a possível greve dos professores, e que os professores podem postar seus comentários no blog. Próximo encontro marcado então para dia 18 de maio, com discussão do texto de Vygotski, que estará disponível em breve no blog.

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