Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

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terça-feira, 20 de abril de 2010

Relatório do dia 20/04/2010 - Formação Continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

Começamos o encontro às 9h25min com uma breve apresentação dos participantes do grupo, já que novos professores estavam presentes devido o recebimento da correspondência interna encaminhada pela Secretaria Municipal de Educação às instituições de ensino no início deste mês. Tivemos também um breve momento de esclarecimento sobre a dinâmica de organização dos encontros. Em seguida o André fez a leitura do relatório do encontro anterior e passamos então a dar continuidade as apresentações dos relatos de experiência de três professores que faltavam e incluímos o relato de mais um professor, que manifestou interesse em expor sua prática.
- Lisandra: procura proporcionar diferentes experiências corporais (ginástica, rolamentos etc.); jogos e brincadeiras; avaliação diagnóstica como parâmetro para o planejamento; registro da prática (cinco crianças por aula); aproximação ao interesse das crianças; organização do tempo fica restrita, devido a dinâmica da turma; aulas sem intervalo.
- André: ampliação do repertório de movimentos e sensações (ginástica, esporte, circo, histórias, natação e atividades na água etc.); avaliação descritiva coletiva (este ano pretende fazer a avaliação coletiva e individual – NEI, e na creche permanecer com a avaliação coletiva); registro das aulas; organização do tempo: momento de preparação – hora atividade.
- Inelve: trabalho baseado em três projetos que são discutidos institucionalmente, que já se desenvolvem na instituição e passam por avaliação e reformulação todo ano. Projeto saídas e passeios - um passeio por mês para cada turma, de 7 a 8 passeios por grupo por ano; passeios perto ou longe da creche, dependendo da disponibilidade financeira; envolvimento dos familiares na questão financeira; (amplitude de movimentos – corda, bolas, tecidos, rede); Projeto boi de mamão – está enraizado na cultura da comunidade e a intenção é preservar; a cada 15 dias, (dança, imitação dos animais); diferentes bois e diversos tamanhos; Projeto espaços organizados – parque – acontece nas segundas-feiras, cria oficinas pelo parque quando o dia todo crianças de diferentes faixas etárias se encontram, proporcionando uma maior interação entre elas; avaliação semestral e coletiva a partir de registros fotográficos. Os três projetos acontecem simultaneamente e dependem de fatores financeiros e climáticos para se efetivarem.
- Tiago: trabalha um turno inteiro com uma única turma; participa da rotina; das trocas; interação das aulas com os projetos criados pelas professoras de sala; delimita uma parte das atividades são realizadas na sala e outra no parque; quando está no parque todos podem participar, independente da turma; contação de histórias na hora do sono.
Como tínhamos mais professores novos no grupo que não estavam cientes das atividades previstas para o encontro, sugerimos que fizessem seus relatos de experiência e encaminhassem para a professora Michelle que ficará encarregada de enviar para os demais participantes e compilá-los com os demais, auxiliando também no diagnóstico das práticas que auxiliará na formulação das diretrizes. Após os relatos, o grupo levantou algumas questões: 1) se o professor deve ou não participar de toda a rotina da creche. Este debate foi empreendido pelo fato de alguns integrantes do grupo atuarem com uma carga horária semanal limitada (10h) em uma instituição, desta forma, integrando-se à rotina da creche, as turmas que recebem atendimento deste professor ficariam prejudicadas, com pouco tempo efetivo de Educação Física. Acontecem no grupo situações opostas, alguns professores buscam integrar-se na rotina institucional e outros estabelecem os horários de suas práticas nos momentos que não são ocupados pelas atividades rotineiras (hora da alimentação, higiene, sono); 2) Por meio dos relatos podemos evidenciar que acontecem práticas diferenciadas na rede. Sobre esta questão, pensamos em dois aspectos. O primeiro é o lado positivo, acreditamos ser importante pela pluralidade de experiências proporcionadas. O outro se refere à preocupação do grupo em garantir legalmente esta pluralidade de possibilidades, já que este ponto pode “jogar contra” a Educação Física na educação infantil. Pensamos que este fato pode ser interpretado da seguinte maneira pela SME/DEI: se cada um faz o que quer, não precisa ter. Sobre esta questão, a professora Ana Cristina apontou que existem outros grupos de estudos em diferentes estados brasileiros que trabalham com a Educação Física na educação infantil, e sugeriu que dialogássemos com o intuito de socializar as discussões e debates, trabalhando em prol da legitimação da Educação Física na educação infantil.
Após debatermos os relatos demos início à discussão do texto. A professora Ana Cristina preparou um roteiro de apresentação, fazendo algumas diferenciações entre a Sociologia da Infância e a Sociologia. Dentre os pontos de maior entrave no debate, podemos destacar: 1) participação das crianças na organização institucional. Partindo do pressuposto que o sistema educacional é pensado, sistematizado, organizado e lecionado por adultos, a participação das crianças neste processo, a partir delas mesmas, como sugere a Sociologia da Infância, não aconteceria de uma forma plena, já que estes ambientes foram idealizados e estão subordinados à visão do adulto a priori. 2) A infância como um entre-lugar e entre-tempo, fusão do passado com o futuro. Esta questão necessita de um debate mais profundo, já que o tempo foi limitado neste encontro. 3) A ideia de culturas infantis. Pensar uma cultura infantil independente do mundo adulto é algo, no mínimo, duvidoso. Se a criança não utiliza os bens construídos pelos adultos com os mesmos significados que nós, estes servem de fonte alimentadora para a imaginação, recriação e resignificação infantil. Onde se tem uma fileira de cadeiras, a criança pode tomá-las como um ônibus, mas só o faz pelo contato prévio que teve com o ônibus, que é uma invenção dos adultos.
Finalizando o encontro, solicitamos que a professora Ana Cristina disponibilizasse o roteiro do texto por ela elaborado, que será postado no blog do grupo. Seguimos com a programação sugerida pelo professor Alexandre para os próximos encontros.

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