Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

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domingo, 1 de maio de 2011

Relatório do dia 26/04/2011 - Formação Continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

      No dia 26 de abril de 2011, às 09h15min, teve início a reunião do Grupo Independente (GI). Para esse dia foi decidida a discussão das Diretrizes Pedagógicas da Educação Física na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, documento este que foi previamente encaminhado por e-mail para todos os integrantes do grupo. A apresentação do documento foi realizada pelo André, que inicialmente pediu para que fosse prestada atenção aos temas abordados e não a possíveis erros gramaticais ocorridos. Informou também que é a primeira vez que este documento vem a público, ou seja, é lido por pessoas que não participaram de sua construção.

      Antes de entrar realmente nos assuntos tratados no documento, foi feita uma breve recapitulação sobre sua origem. Foi apontado que o escrito é desejo do grupo desde a sua formação e que o documento tem como inspiração as Diretrizes elaboradas pelo Grupo de Trabalho Ampliado (1996) para o Ensino Fundamental, documento este que não possuía orientações específicas para a prática do professor de Educação Física. Anteriormente a construção do atual documento, já havia quatro artigos que auxiliavam e orientavam a Educação Física Infantil na rede municipal de ensino, foram citados os autores Deborah Thomé Sayão e Dagmar Mena Barreto.

      O Grupo Independente foi chamado pela Secretaria para compor as Diretrizes, porém não deveria fazê-lo sozinho, pelo fato de o grupo não representar, por completo, os professores da rede. No ano de 2009 o GI chamou professores da rede para uma assembléia que teria como pauta o debate para a proposta da construção das Diretrizes, porém para que esta construção fosse efetuada surgiu a necessidade de um espaço oferecido pela Prefeitura para a formação continuada dos professores envolvidos no projeto. Esta experiência de formação encontra-se hoje em seu 3º ano de andamento. Para fazer valer o compromisso firmado com a Secretaria, no primeiro encontro do GI em 2010 foram decididos os temas (conteúdo, avaliação e tempo/espaço) e no decorrer dos encontros a forma com que os eles seriam trabalhados nas Diretrizes. Todos os integrantes do grupo escreveram suas experiências acerca destes temas, posteriormente estes textos foram reunidos por Michele e lapidados por vários integrantes. Além dos encontros habituais do grupo, foram realizados outros para melhor organizar o documento, ocorrendo estes apenas entre os integrantes do GI que o estavam construindo mais diretamente. Dentre os aspectos trabalhados no documento, os escolhidos para apresentação dessa reunião foram: Organização do tempo/espaço pedagógico e sua vinculação com o PPP e planejamento e avaliação, temas estes que segundo André necessitam de maior atenção.

      O primeiro tópico discutido foi o referente a organização do tempo e espaço. Neste item foi apresentada a Portaria 036.2007, construída, em grande medida, pelo grupo, sendo a maior conquista em termos da organização do tempo, surgindo para substituir a anterior criada pela secretaria, em que o professor poderia ter aulas de até 27min, já que seu tempo de aula iria depender da quantidade de turmas que possuísse. Esta nova Portaria mantém as aulas de 45min com vinculação ao PPP, sendo assim possível que o professor tenha autoridade para a melhor utilização e manutenção do tempo de aula de acordo com a turma e atividade planejada, procurando chagar a um acordo com a diretora e a professora de sala.

      Houve uma breve discussão a respeito da hora atividade dos professores de Educação Física. Uma das professoras presentes na reunião disse que a diretora de sua instituição queria que ele ficasse em atividades dentro da escola nos dias de encontro do GI. Posto isto, Lisandra comentou que a diretora da instituição tem o direito de liberar ou não o professor para formação, caso tenha algum evento, passeio ou algo do tipo marcado para o dia. Foi então comentado que não deve existir autoridade de um diretor que interfira no direito de formação do trabalhador. Observou-se então o problema encontrado com as múltiplas interpretações de uma mesma lei. É de direito do professor de Educação Física 10% de seu tempo para hora atividade (estudo, planejamento etc.), porém, há um desconhecimento da forma de contratação dos professores de Educação Física por parte das instituições. Devido a este debate foi dito que “nas Diretrizes deveria haver alguma coisa relacionada diretamente a hora atividade”.

      Uma das professoras comentou que falta falar no documento sobre as especificidades das crianças, do tempo necessário para as mesmas realizarem as atividades. No entanto, o André respondeu que este documento tem um caráter mais geral, que o tempo do qual ele se refere tem a ver com o espaço para a realização da aula/atividade proposta, que a discussão acerca da infância deve estar contida nas Diretrizes da rede, que trata da Educação Infantil como um todo.

      Foram também apresentados no documento alguns eixos norteadores para a organização do trabalho pedagógico da Educação Física nas creches e NEIs, nos quais uma das professoras sentiu falta de uma aproximação maior com a família da criança, já que o envolvimento e a comunicação com ela ajudam em um melhor desenvolvimento dos trabalhos propostos.

      Na segunda parte da apresentação foi falado sobre o planejamento, registro e avaliação. Para melhor compreensão do assunto recorreu-se a uma citação de Sayão (2000, p. 37), segundo a qual, disseram alguns professores, questiona-se o fato de a criança dever realizar, de forma unilateral, o que o professor planeja. O que marcaria a virada da Educação Física mecânica, para uma Educação Física de experimentação. Discutiu-se também a importância do registro das aulas, independente de sua forma, já que sem ele não é possível, de fato, avaliar, e o quão interessante é mostrar estes registros para os pais, principalmente quando se trata de imagens, no qual o pai irá ver como seu filho reagiu a determinada atividade.

      No fim da apresentação foram mostradas algumas orientações, presentes no documento, que tratam dos conteúdos da área de conhecimento Educação Física. Tais orientações retratam um pouco do que está ocorrendo na rede, no entanto, segundo alguns professores, poderiam ser apresentadas de maneira mais sucinta e menos repetitiva.

      O texto das Diretrizes ainda está em debate, porém muito próximo de sua finalização e um dos motivos de trazê-lo para o grupo foi receber opiniões e idéias sobre ele para, posteriormente, encaminhá-lo para correção e publicação. Esse documento se propõe a dar fundamentação para os novos professores da rede, tal como mostrar caminhos para os professores já efetivados. O documento pode auxiliar também na formação de graduandos em Educação Física.

      Ao final do encontro foi dada a idéia de convidar algum membro do sindicato para esclarecer dúvidas referentes à hora atividade, entre outros temas, foi então mencionado o nome do Alex, que tem domínio sobre o assunto. Uma das professoras ficou encarregada de contatá-lo para a participação no próximo encontro. Desta forma ocorrerão alterações no cronograma.



Referências:



SAYÃO, D. T. Educação Física na. Pré-Escola: da especialização disciplinar à possibilidade de trabalho pedagógico integrado. 169f. Dissertação (Mestrado) - Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina.

GRUPO DE ESTUDOS AMPLIADOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. A Educação Física na Educação Infantil. In: ANTÔNIO, C. (Org.). Diretrizes curriculares para a Educação Física no Ensino Fundamental e na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis-SC: registro da parceria NEPEF/UFSC-SME/Florianópolis, 1993 a 1996. Florianópolis, [s.n.], 1996. P 41-65.



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