Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Relatório do dia 21/06/2011 - Formação Continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

No dia 21 de junho de 2011, às 09h e 25min, teve início a reunião do Grupo Independente (GI). O encontro contou com a presença de 11 professores, bem como de uma bolsista do Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq).
O encontro iniciou com uma conversa sobre a inserção dos relatos de experiência de alguns professores no documento da Educação Física referente às Diretrizes. Esta conversa teve o intuito de delimitar o prazo de entrega, discutir o formato do texto, saber da possibilidade de o relato conter imagens – desde que tenham autorização para serem publicadas. As professoras Adriana, Denise, Michele e Andréia ficaram responsáveis por enviar seus textos até domingo para André fazer algumas observações, já que os relatos devem ser semelhantes em sua forma de apresentação como texto.
O professor André comentou que esses relatos de experiências não devem se restringir ao município de Florianópolis, complementando, a professora Lisandra sugeriu os Cadernos de Formação RBCE (Revista Brasileira de Ciências do Esporte), fazendo com que um maior número de profissionais tenham acesso a essas informações. A professora Adriana complementou dizendo que achou os relatos muito interessantes.
Lisandra aproveitou para falar sobre o projeto Dia da Interação no NEI Ingleses, organizado por ela e publicado no Blog do GI. A partir desse comentário, surgiram questões como a insegurança das professoras de sala, quando das práticas das crianças em aulas de Educação Física. A alimentação das crianças na instituição foi algo bem discutido. Por que os horários de lanches são tão próximos? Muitas vezes não há o tempo necessário de digestão entre uma refeição e outra, devido a isso, na refeição seguinte, a criança não come tudo o que foi colocado para ela, sendo vista como a aquela que não “come bem”. Foi discutido que a quantidade de alimento servido por indivíduo na hora do lanche deve ser investigada cautelosamente, já que a alimentação na primeira infância é muito importante.
As instituições às vezes lidam mal com a alimentação das crianças e eventualmente existe uma falta de delicadeza e cuidado por parte das professoras e dos professores. Nesse momento predomina uma educação que não tenta civilizar as crianças, mas sim discipliná-las. Professores que dizem o “tem que fazer e como fazer” de maneira autoritária. Por exemplo: fica em silêncio, vira para frente, fica parado, come com essa mão, come tudo. Isso torna muitas vezes o momento da alimentação terrível para a criança.
A estrutura sanitária precária de algumas instituições foi lembrada. Uma professora colocou a mão na cabeça e disse: “Não fala do banheiro!”. Algumas creches têm um banheiro para ser utilizado por crianças de várias idades, sendo que o ideal seria um por grupo.
Foi discutido também o processo de adaptação da criança à creche, muitas vezes esse movimento aparece na forma de negação. A criança se recusa a participar das atividades proposta pela professora. Por outro lado a professora deve saber lidar com aquela e outras tantas situações que estão ocorrendo ao mesmo tempo. Com isso podemos observar o quão complexa é a prática docente.
Após breve intervalo, o Professor André iniciou a apresentação de seu relato de experiência. Esta apresentação se deu por meio de um vídeo com algumas práticas que ele havia ministrado na creche onde deu aula.
A filmagem não continha o áudio, mas foi possível analisar que as aulas eram formadas por vários circuitos, nos quais as crianças subiam em uma mesa e pulavam em um amontoado de colchonetes, havia uma mesa com barbante amarrados embaixo da superfície onde as crianças deveriam entrar e saber sair sem se enrolar. André fazia um túnel, que na história contada por ele, se transformava em uma caverna. Uma brincadeira bastante interessante foi a do Vagalume, em que as crianças deveriam tentar tocar a ponta da corda que ficava pendurada no alto. Para proteção eram colocados colchonetes embaixo desta corda.
Experiências de desequilíbrio também foram propiciadas pelo professor, ele segurava cada criança individualmente e fazia o balanço, ou segurava em um pé e um braço e derrubava no colchão. As crianças se mostravam bastante participativas nas atividades, em especial nessa de desequilíbrio.
O professor André trabalhou para que as crianças, ao final de cada aula, o ajudassem na organização do espaço, guardando os materiais. Era feita também ao final de cada aula uma conversa com todos, para saber como transcorreram as atividades e para poder esclarecer/ensinar algumas coisas.
Em uma de suas turmas, André possuía uma criança diagnosticada com Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (Autismo). Para fazer com que esta criança participasse de todas as atividades, André o acompanhava, e incentivava, o retorno por parte da criança era bastante positivo.
O encontro foi encerrado com discussão e dúvidas sobre como trabalhar com crianças com histórico de deficiência nas aulas de Educação Física. Como lidar com essas crianças e planejar as aulas? Como as outras crianças vêem e tratam aquela vista como “diferente”? Há um aprendizado efetivo na instituição por parte da pessoa com deficiência ou estão mascarando a inclusão?

Sugerimos a leitura dos textos:

- Educação do corpo infantil como politização às avessas: Um estudo sobre os momentos de alimentação em uma Creche. Dos autores Ana Cristina Richter e Alexandre Fernandez Vaz.

- Denominações da infância: do anormal ao deficiente. Eric Plaisance.

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