No
dia 01 de outubro de 2013, no período matutino, ocorreu o Encontro de Formação
de Professores de Educação Física da Rede Municipal de Florianópolis, ministrado
pelo Professor Alexandre Vaz, com a presença de 22 professores e 3 bolsistas da
UFSC. A pauta principal foi à discussão correspondente
aos debates sobre a avaliação na Educação Física Infantil e seus desdobramentos
e encaminhamentos para o trabalho do professor e da equipe pedagógica na
unidade educativa.
No primeiro momento o professor
Alexandre perguntou como foi o encontro com as supervisoras, se foi proveitoso
para tentar chegar a algum consenso e facilitar a compreensão do que é feito
nas unidades de Educação Infantil no que diz respeito à avaliação em Educação Física.
O segundo momento o Professor Alexandre
propôs 3 desafios relacionados aos debates que já estão em pauta sobre as
avaliações:
a)
Currículo para a Ed. Física na Ed. Infantil. (Ciclos escolares e promoção
automática).
b)
Avaliação.
c)
Compromisso com a formação das crianças considerando a continuidade da Educação
Básica e da condição infantil, nos primeiros anos do ensino fundamental.
Também elencou 4 questões temáticas
importantes para a Educação Física que estão presentes no documento concluído
em novembro de 2012. Jogos da tradição, novos jogos, esportes, danças,
ginásticas, etc... Praticar, compreender, recriar, narrar.
1.
Formas dramatúrgicas, brincadeiras,
frequentemente vinculadas à espontaneidade.
2.
Linguagem, fala e voz.
3.
Cuidados consigo e com os outros. (Professores
e alunos).
CRITÉRIOS
PARA AVALIAÇÃO
a)
Dependente dos interesses da formação
das crianças. (Pensar nas crianças, avaliar elas é bom para que se formem
melhor).
b)
Não ligada à promoção para as etapas
seguintes.
c)
Considerar o que foi “ensinado”
(trabalhado).
d)
Observar as singularidades e o longo
prazo.
e)
Considerar desenvolvimento e
aprendizagem.
f)
Processo de equilíbrio entre as
propostas práticas consideradas e os critérios a serem avaliados.
Um desafio importante é o planejamento,
que frequentemente vai perdendo o vigor no decorrer do ano. É preciso um
planejamento para o ano todo, em que se calcule mais o tempo para tentar chegar
com fôlego no final.
A educação Infantil é a primeira etapa
da educação e não apenas a preparação para o ensino fundamental. O
desenvolvimento não se dá no vazio, é o conjunto de mediações que se vai se
experimentando ao longo da vida, seja mais ou menos complexo. A criança tem um
potencial que se desenvolve quando é enfrentado.
Segundo Vygotsky, a criança muito
pequena ainda não tem a capacidade moral para jogar um jogo com regras. Da
mesma forma, o autocontrole é limitado: o uso da colher na alimentação - atividade
que exige uma mínima coordenação motora fina (levar a colher que esta na mão até
a boca), controle corporal (que exige a posição sentada) e que envolve um
conjunto de regras (não jogar a colher no chão). Todavia, a criança não tem a
maturação moral para saber que no chão tem sujeiras, bactérias. Assim, a
maturação é requisito paralelo para desenvolvimento de certas atividades.
Essa maturação faz parte do conjunto de
relações sociais, que a criança não pode fazer, não porque é proibido, mas porque
não tem plena consciência, assim não tendo a resposta.
PROBLEMAS
COMPLEXOS PARA A AVALIAÇÃO
Algumas perguntas que podem orientar A
elaboração de um conjunto de práticas avaliativas mais completas:
a)
O “bebê” deixa-se tocar com facilidade
por um adulto? (Relação corporal)?
b)
Apresenta desenvoltura para se localizar
no espaço e entre brinquedos? (Atividades de circuito, de rodas).
c)
Salta? Corre? Lança objetos á distância?
d)
Quais atividades de equilíbrio domina e
em que grau? (Estático, dinâmico, superar o medo, com ajuda ou sem ajuda).
e)
Resolve situações de conflito,
negociando ou agredindo físico e verbalmente?
f)
Domina a organização dos jogos e
brincadeiras?
g)
Dispõe-se a exercer diferentes papéis
nas atividades?
h)
Toca e deixa-se tocar sem violência?
Durante a apresentação dessas questões
surgiu novamente a questão da forma da avaliação, muitas supervisoras solicitam
aos professores que não usem termos que os pais não consigam entender. Porém debatemos
que nem sempre é necessário mudar todos os termos técnicos próprios da Educação
Física da avaliação, mas tentar facilitar a compreensão de alguns para que o
significado fique claro, ou até mesmo colocar entre parênteses o que ele
significa.
A avaliação não pode ser um discurso de
poder, mas cada área possui seu tipo de vocabulário. Facilitar ou ajudar a
entender o que está escrito é uma forma de transmissão de conhecimento aos pais
ou responsáveis, pois a escola é um grande disseminador de formação e
informação.
As 9h45 ocorreu um intervalo de 15
minutos
Após a pausa, voltamos à questão da
avaliação, com um momento de sugestões de questões, retomando a dificuldade de
avaliação individual e pensando em alternativas para conseguir avaliar
individualmente, para os professores responsáveis por muitas turmas. Os professores destacam que com, às vezes, 150
ou 200 crianças, é um desafio lembrar do desenvolvimento de cada um,
principalmente devido à qualidade do texto de avaliação, que deve evitar a
simples cópia do que foi escrito sobre uma criança para a outra.
Baseada nessa dificuldade o professor
Alexandre sugeriu avaliação individuais mais extensas anuais ou de 2 em 2 anos,
para os professores efetivos, pois será possível reunir material com informações
sobre as crianças, subsidiando assim uma avaliação com qualidade. A cada
semestre, escolher-se-ia um ou dois grupos.
No terceiro momento do encontro o professor
Alexandre apresentou entrevistas e relatos de professoras de rede e foi
solicitado que os professores presentes refletissem, a partir deles, sobre o
que foi discutido no encontro. Os seguintes tópicos foram levantados:
-
Pensar em cada Grupo.
-
Expectativa que não é possível avaliar crianças menores, porém isso está ligada
ao interesse do professor e não da criança.
-
Temos que fazer as perguntas certas, do contrário aguardamos respostas que elas
não podem dar.
-
Questões das brincadeiras, sejam elas antigas ou não.
-
Não podemos lidar com o pensamento da criança ideal, universal, mas, sim
respeitar as singularidades.
Na cena, foram encontrados mais tópicos
importantes:
-
Dinâmica da Aula.
-
Resposta para resolver momentaneamente o problema: “Respira fundo que vai
passar”, quando um aluno reclamou de calor.
-
Um grupo com dificuldade de interação.
-
Questão importante - informa que vai fazer uma brincadeira que as crianças de
todo o mundo brincam.
-
Deu ênfase ao respeito, pois sem ele não há jogo.
-
Como se resolve o conflito.
-
Cuidados do corpo, deixa-se tocar, ou toca.
-
Os corpos estão para serem cuidados
-
Abraço, colo, mão para o colega.
ENCAMINHAMENTOS:
Finalização do DVD Cirandas do Grupo
Independente, próximos encontros em 08/10 e 22/10. E próxima formação da rede é
dia 12/11.
Obs:
Fazer uma nota indicando o documento citado no relatório, que foi concluído em
novembro de 2012.