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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Relato do dia 10 de Setembro de 2013 – Formação de Professores do Grupo Independente de Educação Física


No dia 10 de setembro de 2013, às 9 horas, teve início o Encontro do Grupo Independente de Professores de Educação Física da Rede Municipal de Florianópolis.
O encontro contou com a presença de onze (11) professores, cinco (5) Supervisoras, uma (1) Coordenadora do Grupo de Supervisoras de Rede Municipal de Florianópolis e três (3) bolsistas da UFSC. Este encontro teve como pauta principal o convite às supervisoras para um debate sobre a avaliação na Educação Física na Educação Infantil.
            O primeiro momento do encontro foi destinado ao agradecimento da presença das Supervisoras, por terem aceitado o convite para ampliar o debate sobre a Educação Física e a Educação Infantil. Em 2013 o Grupo Independente completou 9 anos de existência, e desde 2008 conta com a colaboração do Professor Alexandre Vaz.
A ideia desse encontro foi de compartilhar os debates sobre o tema da avaliação, debate no qual o Grupo Independente junto com o professor Alexandre e outros colaboradores vêm acumulando todos esses anos, porém ainda não foi possível  organizar uma proposta de avaliação.
Há a necessidade de critérios que orientem o trabalho na Educação Física Infantil, com base da Educação Física e no Desenvolvimento Infantil, pois os professores com carga horária de 40 horas semanais encontram dificuldade em elaborar as avaliações individuais, já que, por terem muitos grupos, o total de alunos é entre 150 a 200. Em encontro anterior, o professor Alexandre destacou que essa impossibilidade é importante, pois são 150 a 200 crianças, para avaliar individualmente. E quando é feita individual, muitas vez a qualidade é ruim e o professor se pode se sentir impotente por não conseguir fazer sua tarefa de avaliar suas crianças. Dentre as alternativas, sugere-se as avaliações anuais ou ensaios com alguns grupos ou com algumas crianças, de se colocar o desafio de avaliar individualmente.
Alguns professores que não conseguem fazer a avaliação individual sentem a falta de uma avaliação mais detalhada sobre cada criança, e não apenas a de grupo, entretanto, por não disporem de critérios que poderia orientá-los para fazerem uma avaliação com qualidade, não se sentem seguros para tal.
Outra questão que foi discutida no encontro diz respeito à cobrança, onde o professor não deveria ser cobrado de um papel meramente burocrático, pois se entende que que cada profissional deve ter liberdade de escolha, de como apresentar sua avaliação, seja ela de forma escrita, por fotos, vídeos, músicas etc. A avaliação deveria seguir o estilo que o professor trabalha, e não ser submetido a algum documento burocrático.
A supervisora Leticia comenta que a organização da Avaliação não é só da Educação Física, mas das outras professoras também, porém percebe que o grande problema está na especificidade da Educação Física que muitas vezes não é compreendida.
Outro assunto apresentado, é a carência nos PPP da EF, pois poucas instituições a incluem no documento. Neste sentido, muitos professores se sentem desorientados, pois nem no PPP das instituições em que trabalham, possuem os parâmetros para orientarem suas avaliações.
Em encontro anterior a Professora Verônica apresentou a proposta de criação de um caderno de registro das aulas de Educação Física, no qual a professora regente também poderia colocar suas observações, impressões da aula,  tornando-se um  potencial material que posteriormente contribuísse na avaliação das crianças e promovesse a aproximação entre professores de EF e de sala.
A professora Adriana relatou a sua dificuldade em fazer avaliações individuais devido ao grande número de crianças, porém não se contenta com as avaliações em grupo e solicitou ajuda a sua supervisora Andréia,  que prontamente se disponibilizou a apoiar e auxiliá-la no sentido de tentar resolver essa necessidade. Em parceria tentaram criar algo que ajudasse a professora Adriana a escrever informações sobre as crianças durante as aulas e que depois pudesse ajudar a fazer a avaliação individual. Após diversas ideias conseguiram celebrar um tipo de tabela por turma, que funciona como chamada,e ao lado do nome de cada criança possui um espaço grande para a professora escrever suas observações.
A supervisora X (verificar nome) comenta que acha necessário esse diálogo e que sempre houve conflitos nesses dois lugares dentro da Educação. Sugere que para tentarmos conseguir amenizar esse conflito que partíssemos do que é comum, para após ver o que é conflitante.
A professora Andréia relatou que sua forma de trabalhar é com cadernos de vivências, que são os cadernos de sala dos alunos, e em parceria com as professoras de sala ; sempre que vai fazer uma atividade diferenciada, ou uma experiência nova, coloca mensagens, fotos e textos falando sobre o que foi trabalhado, além de montar murais nos corredores da escola, nos quais os pais podem acompanhar as aulas de EF de seus filhos. Entretanto, como houve troca de supervisora, foi solicitado que ela fizesse sua avaliação de forma escrita, como muitos supervisores solicitam dos professores, mas que não se sentiu confortável fazendo essa avaliação, pois há anos trabalha de forma diferente e prefere a forma anterior.
Um aspecto  importante sobre as avaliações diz respeito a quais informações devem conter, isso é um critério base, o que deve ser apresentado. Já a forma pela qual será apresentada não importa, seja vídeo, fotos, música e até mesmo escrita. É preciso deixar  claro o que precisa estar informado, ou seja, o que os pais precisam saber.
O professor Reinaldo amplia a discussão para as questões éticas, pois entende ser necessário diálogo nas instituições, pois muitas não possuem PPP para orientar tanto os professores de EF quanto os de sala. Às vezes nem mesmo na hora do café, que é um horário livre dos professores, é possível conversar com a professoras de sala.
Às 10:45h teve um intervalo, e retornamos às 11 :00h.
No segundo momento o professor Juliano sugere para as supervisoras comentarem a relação da EF e a supervisão, o olhar de relação desse documento que possa orientar os professores a fazerem sua avaliação.
A supervisora Leticia, que trabalha com a professora Elaine, iniciou a segunda parte do encontro comentando que a instituição onde elas trabalham é nova, que ainda não se tem os documentos que pudessem orientar a professora Elaine, mas que juntas, possuem uma parceria para tentar resolver, ou amenizar, as dificuldade que possuem em relação às avaliações. Atualmente a professora Elaine faz suas avaliações em grupo, mas se trata mais de registro e descrições do que foi desenvolvido.
A supervisora X (verificar nome), que trabalha com o professor Jairo, explica que as avaliações são coletivas, e que antes de serem apresentadas aos pais, a supervisão, os professores de sala e de EF se reúnem para ler e conversar sobre o que foi relatado, avaliado . A supervisora levantou a polêmica da especificidade da Educação Física : Por que dentro da Educação Infantil só a Educação Física é separada ? Todas as outras disciplinas têm sua importância na Educação Infantil, mas que no seu ponto de vista deveria ter outros profissionais para ajudar, ampliar o desenvolvimento das crianças.
A professora Verônica apresentou as respostas, as quais o Grupo Independente desde que se fundou, já vinha tentando responder. Na na década de 1980  o professor de EF entra na Educação Infantil, porém não para responder a uma necessidade pedagógica, mas, pelo contrário, para responder à necessidade de postos de trabalho. Outra importante influência para a inserção de um professor na Educação Infantil, como afirma a autora Débora Sayão, citada pela professora Varônica, foi a demanda de inserir uma figura masculina na educação das crianças.
            Encerramos as discussões aproximadamente às 12 horas. O próximo encontro (17 de setembro) será destinado ao debate e encaminhamentos sobre o do dia 10, e assistiremos ao vídeo de nosso DVD das cirandas, do início ao fim para ajustes finais.
Encaminhamentos :
Duas perguntas para refletir, feitas pela supervisora Andréia.
·                     Será que se pode oferecer competência a alguém que não tem ?
·                      Como se processa na prática a escuta daquilo que as crianças revelam?
Questões relacionadas ao conhecimento da criança, ao desenvolvimento, em observar o que elas têm a revelar e como documentar. E o medo de criar critério para avaliação e de ficar algo fixo, que não possa ser modificado. Fica o desafio para a próxima avaliação, em novembro. 

Complemento : 

 BRACHT, Valter. EDUCAÇÃO FÍSICA : QUAL A ESPECIFICIDADE ? Apresentado no XVI ENDIPE – Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino – na UNICAMP  em 2012, disponível em http://www2.unimep.br/endipe/0033s.pdfv .


Karoliny, Luiza e Gabriel.

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