No dia 10 de setembro de 2013, às 9 horas, teve
início o Encontro do Grupo Independente de Professores de Educação Física da
Rede Municipal de Florianópolis.
O encontro contou com a presença de onze (11)
professores, cinco (5) Supervisoras, uma (1) Coordenadora do Grupo de
Supervisoras de Rede Municipal de Florianópolis e três (3) bolsistas da UFSC.
Este encontro teve como pauta principal o convite às
supervisoras para um debate sobre a avaliação na Educação Física na Educação Infantil.
O primeiro momento do encontro foi destinado ao agradecimento da presença das
Supervisoras, por terem aceitado o convite para ampliar o debate sobre a
Educação Física e a Educação Infantil. Em 2013 o Grupo Independente completou 9
anos de existência, e desde 2008 conta com a colaboração do Professor
Alexandre Vaz.
A ideia desse encontro foi de compartilhar os debates
sobre o tema da avaliação, debate no qual o Grupo Independente junto com o professor
Alexandre e outros colaboradores vêm acumulando todos esses anos, porém ainda não
foi possível organizar uma proposta de
avaliação.
Há a necessidade de critérios que orientem o
trabalho na Educação Física Infantil, com base da Educação Física e no
Desenvolvimento Infantil, pois os professores com carga horária de 40
horas semanais encontram dificuldade em elaborar as avaliações individuais, já
que, por terem muitos grupos, o total de alunos é entre 150 a 200. Em encontro
anterior, o professor Alexandre destacou que essa impossibilidade é importante,
pois são 150 a 200 crianças, para avaliar individualmente. E quando é feita
individual, muitas vez a qualidade é ruim e o professor se pode se sentir
impotente por não conseguir fazer sua tarefa de avaliar
suas crianças. Dentre as alternativas, sugere-se as avaliações anuais ou ensaios
com alguns grupos ou com algumas crianças, de se colocar o desafio de avaliar
individualmente.
Alguns professores que não conseguem fazer a
avaliação individual sentem a falta de uma avaliação mais detalhada sobre cada criança,
e não apenas a de grupo, entretanto, por não disporem de critérios que poderia
orientá-los para fazerem uma avaliação com qualidade, não se sentem seguros
para tal.
Outra questão que foi discutida no encontro diz
respeito à cobrança, onde o professor não deveria ser cobrado de um papel meramente
burocrático, pois se entende que que cada profissional deve
ter liberdade de escolha, de como apresentar sua avaliação, seja
ela de forma escrita, por fotos, vídeos, músicas etc. A avaliação deveria
seguir o estilo que o professor trabalha, e não ser submetido a algum documento
burocrático.
A supervisora Leticia comenta que a organização da
Avaliação não é só da Educação Física, mas das outras professoras também, porém
percebe que o grande problema está na especificidade da Educação Física que muitas
vezes não é compreendida.
Outro assunto apresentado, é a carência nos PPP da
EF, pois poucas instituições a incluem no documento. Neste sentido, muitos
professores se sentem desorientados, pois nem no PPP das instituições em que
trabalham, possuem os parâmetros para
orientarem suas avaliações.
Em encontro anterior a Professora Verônica
apresentou a proposta de criação de um caderno de registro das aulas de Educação
Física, no qual a professora regente também poderia colocar suas observações, impressões
da aula, tornando-se um potencial material que posteriormente contribuísse
na avaliação das crianças e promovesse a aproximação entre professores de EF e
de sala.
A professora Adriana relatou a sua dificuldade em
fazer avaliações individuais devido ao grande número de crianças, porém não se contenta
com as avaliações em grupo e solicitou ajuda a sua supervisora Andréia, que prontamente se disponibilizou a apoiar e
auxiliá-la no sentido de tentar resolver essa necessidade. Em parceria tentaram
criar algo que ajudasse a professora Adriana a escrever informações sobre as
crianças durante as aulas e que depois pudesse ajudar a fazer a avaliação
individual. Após diversas ideias conseguiram celebrar um tipo de tabela por
turma, que funciona como chamada,e ao lado do nome de cada criança possui um
espaço grande para a professora escrever suas observações.
A supervisora X (verificar nome) comenta que acha
necessário esse diálogo e que sempre houve conflitos nesses dois lugares dentro
da Educação. Sugere que para tentarmos conseguir amenizar esse conflito que partíssemos do que é comum, para após ver
o que é conflitante.
A professora Andréia relatou que sua forma de
trabalhar é com cadernos de vivências, que são os cadernos de sala dos alunos, e
em parceria com as professoras de sala ; sempre que vai fazer uma
atividade diferenciada, ou uma experiência nova, coloca mensagens, fotos e
textos falando sobre o que foi trabalhado, além de montar murais nos corredores
da escola, nos quais os pais podem acompanhar as aulas de EF de seus filhos. Entretanto,
como houve troca de supervisora, foi solicitado que ela fizesse sua avaliação
de forma escrita, como muitos supervisores solicitam dos professores, mas que
não se sentiu confortável fazendo essa avaliação, pois há anos trabalha de
forma diferente e prefere a forma anterior.
Um aspecto importante sobre as avaliações diz respeito a quais
informações devem conter, isso é um critério base, o que deve ser apresentado.
Já a forma pela qual será apresentada não importa, seja vídeo, fotos, música e
até mesmo escrita. É preciso deixar claro o que precisa estar informado, ou seja, o
que os pais precisam saber.
O professor Reinaldo amplia a discussão para as questões
éticas, pois entende ser necessário diálogo nas instituições, pois muitas não
possuem PPP para orientar tanto os professores de EF quanto os de sala. Às vezes
nem mesmo na hora do café, que é um horário livre dos professores, é possível
conversar com a professoras de sala.
Às 10:45h
teve um intervalo, e retornamos às 11 :00h.
No segundo momento o professor Juliano sugere para
as supervisoras comentarem a relação da EF e a supervisão, o olhar de relação
desse documento que possa orientar os professores a fazerem sua avaliação.
A supervisora Leticia, que trabalha com a professora
Elaine, iniciou a segunda parte do encontro comentando que a instituição onde
elas trabalham é nova, que ainda não se tem os documentos que pudessem orientar
a professora Elaine, mas que juntas, possuem uma parceria para tentar resolver,
ou amenizar, as dificuldade que possuem em relação às avaliações. Atualmente a
professora Elaine faz suas avaliações em grupo, mas se trata
mais de registro e descrições do que foi desenvolvido.
A supervisora X (verificar nome), que trabalha com o
professor Jairo, explica que as avaliações são coletivas, e que antes de serem
apresentadas aos pais, a supervisão, os professores de sala e de EF se reúnem para
ler e conversar sobre o que foi relatado, avaliado . A supervisora
levantou a polêmica da especificidade da Educação Física : Por que dentro
da Educação Infantil só a Educação Física é separada ? Todas as outras disciplinas
têm sua importância na Educação Infantil, mas que no seu ponto de vista deveria
ter outros profissionais para ajudar, ampliar o desenvolvimento das crianças.
A professora Verônica apresentou as respostas, as
quais o Grupo Independente desde que se fundou, já vinha tentando
responder. Na na década de 1980 o
professor de EF entra na Educação Infantil, porém não para responder a uma
necessidade pedagógica, mas, pelo contrário, para responder à necessidade de
postos de trabalho. Outra importante influência para a inserção de um professor
na Educação Infantil, como afirma a autora Débora Sayão, citada pela professora
Varônica, foi a demanda de inserir uma figura masculina na educação das
crianças.
Encerramos
as discussões aproximadamente às 12 horas. O próximo encontro (17 de setembro) será destinado ao debate e encaminhamentos sobre o do dia 10, e assistiremos
ao vídeo de nosso DVD das cirandas, do início ao fim para ajustes finais.
Encaminhamentos :
Duas perguntas para refletir, feitas pela
supervisora Andréia.
·
Será que se
pode oferecer competência a alguém que não tem ?
·
Como se
processa na prática a escuta daquilo que as crianças revelam?
Questões relacionadas ao conhecimento da criança,
ao desenvolvimento, em observar o que elas têm a revelar e como documentar. E o
medo de criar critério para avaliação e de ficar algo fixo, que não possa ser
modificado. Fica o desafio para a próxima avaliação, em novembro.
Complemento :
BRACHT, Valter. EDUCAÇÃO FÍSICA : QUAL A ESPECIFICIDADE ? Apresentado no XVI ENDIPE – Encontro
Nacional de Didática e Práticas de Ensino – na UNICAMP em 2012, disponível em http://www2.unimep.br/endipe/0033s.pdfv
.
Karoliny, Luiza e Gabriel.
Karoliny, Luiza e Gabriel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário