O
encontro iniciou às 9h00 da manhã. O professor Jairo contou como se
interessou pelo tema moral infantil e explicou que as reflexões
levadas ao Grupo se basearam no livro “O
educador e a moralidade infantil – uma visão
construtivista”,
de Telma Pileggi Vinha.
Iniciamos
o encontro com 11 professores. Vários temas que cercam o debate
sobre a moralidade apareceram, como o papel da escola. Foi levantado
que a escola prepara para a vida pública e nós professores nos
deparamos com o conflito entre a escola e a casa (espaço público e
privado). Temos que compreender também que a forma como educamos é
um reflexo da nossa própria vida.
Professora
Adriana diz: “Muitas vezes as atividades que proporcionamos
desencadeiam sentimentos e precisamos saber lidar com as emoções
que aparecem.” Desta expressão, surgiu a questão do “dia do
brinquedo”, pois segundo os professores, é uma importante
oportunidade para a relação das crianças com o objeto, que dá
abertura para se observar e trabalhar a questão da posse,
proporcionando um bom momento de ensino-aprendizagem. Nesses momentos
podemos ver a relação das crianças “guiada” pelo egocentrismo.
Os professores chamaram atenção que este egocentrismo pode ser
percebido em vários adultos, por exemplo no trânsito é comum ver
os adultos disputando um espaço, com condutas como: “essa vaga é
minha”, “ninguém passa na minha frente”. Para tanto é
possível promover a reflexão em momentos como esses, podendo
mostrar às crianças que é possível esperar.
Temos
que construir as regras com as crianças, não simplesmente impô-las,
para que elas entendam e observem que fazem parte do processo da
aula. Um exemplo de uma professora presente: quando uma criança bate na outra e usa como argumento “eu
bati nele porque ele me bateu”, - antes eu falava “não pode
bater”, mas cansei, vi que não adiantava e agindo assim as brigas
se repetiam, então troquei o discurso de “não pode” para “por
que você bateu?”.
Jairo
conta uma atividade em que acontece um conflito entre crianças de 5
anos. As crianças estão no parque, pulando elástico em grupos de
quatro, quando, repentinamente, uma bate no rosto de outra e quase
que no mesmo momento a abraça e pede desculpas e logo volta à
brincadeira com outros amigos, enquanto a que levou o soco continua
chorando. Além de apanhar e estar aparentemente sofrendo e sentindo
dor, a criança é vítima de empurrões de outros colegas que, ao
que parece, não estavam ligados diretamente ao conflito anterior.
Jairo conta que em outra aula com o grupo, a fim de trabalhar o que
ocorreu, levou às crianças por meio de personagens (animais como
zebra, burro...) a reconstrução do fenômeno. Ele nos diz que elas
prestaram muita atenção à história contada e se identificaram e
identificaram seus amigos, finalizando com uma reflexão sobre as
ações expressadas.
Outro
relato que surgiu foi sobre as crianças que necessitam mais atenção
e acabam “passando dos limites” para manifestar isso. Há
necessidade de ser enérgico com essas crianças em certos momentos e
logo proporcionar uma situação para refletir e explicar o “porquê”
do posicionamento. Necessitando também de uma autorreflexão sobre
as atitudes autoritárias, lançar perguntas como: será que isso
traumatiza as crianças? E tentar respondê-las.
Encerramos
as discussões aproximadamente às 12h00 horas. O próximo encontro
seria para avaliação do Grupo Independente, porém como o debate
deste dia (18/06) não se esgotou, iremos continuar no dia 02 de
julho e se tivermos tempo será realizada a avaliação semestral.
Para
tanto, foi decidido na reunião que no próximo encontro os
professores compartilharão situações onde abordem conflitos do dia
a dia nas instituições, para assim continuarmos o debate sobre moralidade
infantil.
Para auxiliar nos estudos sobre moral infantil, indicamos o texto de Vigotski, A brincadeira e o seu papel no desenvolvimento psíquico da criança; disponível no link abaixo:
http://xa.yimg.com/kq/groups/32960205/729519164/Luiza e Melissa.
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