Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

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sábado, 22 de junho de 2013

Relato do dia 18 de junho de 2013 – Formação de professores do Grupo Independente de Educação Física

O encontro iniciou às 9h00 da manhã. O professor Jairo contou como se interessou pelo tema moral infantil e explicou que as reflexões levadas ao Grupo se basearam no livro “O educador e a moralidade infantil – uma visão construtivista”, de Telma Pileggi Vinha.
Iniciamos o encontro com 11 professores. Vários temas que cercam o debate sobre a moralidade apareceram, como o papel da escola. Foi levantado que a escola prepara para a vida pública e nós professores nos deparamos com o conflito entre a escola e a casa (espaço público e privado). Temos que compreender também que a forma como educamos é um reflexo da nossa própria vida.
Professora Adriana diz: “Muitas vezes as atividades que proporcionamos desencadeiam sentimentos e precisamos saber lidar com as emoções que aparecem.” Desta expressão, surgiu a questão do “dia do brinquedo”, pois segundo os professores, é uma importante oportunidade para a relação das crianças com o objeto, que dá abertura para se observar e trabalhar a questão da posse, proporcionando um bom momento de ensino-aprendizagem. Nesses momentos podemos ver a relação das crianças “guiada” pelo egocentrismo. Os professores chamaram atenção que este egocentrismo pode ser percebido em vários adultos, por exemplo no trânsito é comum ver os adultos disputando um espaço, com condutas como: “essa vaga é minha”, “ninguém passa na minha frente”. Para tanto é possível promover a reflexão em momentos como esses, podendo mostrar às crianças que é possível esperar.
Temos que construir as regras com as crianças, não simplesmente impô-las, para que elas entendam e observem que fazem parte do processo da aula. Um exemplo de uma professora presente: quando uma criança bate na outra e usa como argumento “eu bati nele porque ele me bateu”, - antes eu falava “não pode bater”, mas cansei, vi que não adiantava e agindo assim as brigas se repetiam, então troquei o discurso de “não pode” para “por que você bateu?”.
Jairo conta uma atividade em que acontece um conflito entre crianças de 5 anos. As crianças estão no parque, pulando elástico em grupos de quatro, quando, repentinamente, uma bate no rosto de outra e quase que no mesmo momento a abraça e pede desculpas e logo volta à brincadeira com outros amigos, enquanto a que levou o soco continua chorando. Além de apanhar e estar aparentemente sofrendo e sentindo dor, a criança é vítima de empurrões de outros colegas que, ao que parece, não estavam ligados diretamente ao conflito anterior. Jairo conta que em outra aula com o grupo, a fim de trabalhar o que ocorreu, levou às crianças por meio de personagens (animais como zebra, burro...) a reconstrução do fenômeno. Ele nos diz que elas prestaram muita atenção à história contada e se identificaram e identificaram seus amigos, finalizando com uma reflexão sobre as ações expressadas.
Outro relato que surgiu foi sobre as crianças que necessitam mais atenção e acabam “passando dos limites” para manifestar isso. Há necessidade de ser enérgico com essas crianças em certos momentos e logo proporcionar uma situação para refletir e explicar o “porquê” do posicionamento. Necessitando também de uma autorreflexão sobre as atitudes autoritárias, lançar perguntas como: será que isso traumatiza as crianças? E tentar respondê-las.

Encerramos as discussões aproximadamente às 12h00 horas. O próximo encontro seria para avaliação do Grupo Independente, porém como o debate deste dia (18/06) não se esgotou, iremos continuar no dia 02 de julho e se tivermos tempo será realizada a avaliação semestral.

Para tanto, foi decidido na reunião que no próximo encontro os professores compartilharão situações onde abordem conflitos do dia a dia nas instituições, para assim continuarmos o debate sobre moralidade infantil.


Para auxiliar nos estudos sobre moral infantil, indicamos o texto de Vigotski, A brincadeira e o seu papel no desenvolvimento psíquico da criança; disponível no link abaixo: 
http://xa.yimg.com/kq/groups/32960205/729519164/


Luiza e Melissa.

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