Caros colegas, este Blog tem como objetivo servir de ferramenta para os participantes da Formação Continuada dos Professores de Educação Física atuantes na Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis, promovendo através de seu acesso a socialização de materiais e comunicação efetiva entre todos os professores.

Sejam bem-vindos !

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Relato do dia 12 de Agosto de 2014 – Formação Continuada de Professores da Rede de Florianópolis

No dia 12 de agosto de 2014, às 8 horas, teve início o Encontro da Formação Continuada dos Professores de Educação Física da Educação Infantil da Rede Municipal de Florianópolis.
O encontro contou com a presença de aproximadamente cinquenta professores, bem como de dois bolsistas da UFSC. Foi ministrado pelo professor Jaison Bassani, e teve como pauta principal a continuação da temática da Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil. Teve como base no documentário Babies, que fora exibido no encontro do dia 06 de maio.
            Inicialmente o professor Jaison relembrou dos encontros anteriores, desde o Documentário Babies até a teorização da temática aprendizagem e desenvolvimento, por meio do material apresentado na lousa visual. Partindo do documentário, questionou interpretações de aprendizagem e o desenvolvimento na prática pedagógica, retomando questionamentos do encontro anterior:
·       De onde provém minha concepção de aprendizagem?
·       De onde provém minha concepção de desenvolvimento?
·       De que modo estes conceitos são considerados em minha prática pedagógica? Nas escolhas que faço ao organizar o momento de Educação Física, bem como os demais momentos de educação do corpo na Educação Infantil?
Seguindo como no encontro anterior, fez mais três perguntas quanto aos conceitos de aprendizagem e desenvolvimento:
  1. São processos idênticos?
  2. São processos Independentes?
  3. São processos Diferentes e relacionados? 
A partir dessas perguntas, o professor Jaison relembrou as diferenças entre cada um desses processos, como consta detalhadamente no relatório do encontro anterior (01/07/2014, relatório disponível em < http://efinfantil.blogspot.com.br/2014/11/relato-do-dia-01-de-julho-de-2014.html >). Em seguida, ao retomar o ponto em que havia parado no encontro anterior, nos processos diferentes e relacionados, iniciou na questão dos planos genéticos e desenvolvimento. 

a) Filogênese: refere-se à história da espécie. Define limites e possibilidades de desenvolvimento da espécie humana.
b) Ontogênese: é a história do indivíduo (o indivíduo da espécie e sua passagem pela vida).
c) Sociogênese: refere-se à história cultural. Junto com o pertencimento filogenético e com o nosso percurso pela vida temos um alinhamento histórico-cultural. Os limites e possibilidades estarão em diálogo e serão também constituídos pelo contexto cultural.
d) Microgênese: relacionada à história do sujeito singular (não à ontogênese, porque esta é universal).

Um exemplo: a puberdade é biológica, mas a adolescência é determinada de forma histórico-cultural. Nenhum ser humano existe fora do contexto histórico. O ser humano já nasce interpretado. Exemplo é nascer menina: as possibilidades serão potencialmente diferentes do que ter nascido menino. Trata-se de uma leitura cultural da filogênese e da ontogênese.
A microgênese, por sua vez, elimina a possibilidade de uma interpretação biologicamente determinista (por ex: a criança age assim porque tem 05 anos).
Partindo da teorização e aprofundamento na aprendizagem e no desenvolvimento, o professor Jaison apresentou-os vistos pela Antropologia, campo disciplinar que busca estudar as racionalidades, as sociedades e as culturas a partir do seu próprio ponto de vista. Como a história da disciplina mostra, trata-se de uma ciência que busca a tradução cultural o que, em consequência, implica a mediação entre margens culturais.
Na oficina reafirmamos que não há uma idade única para o aprendizado cultural: não apenas as crianças aprendem, mas os adultos não cessam de aprender; aprendizagem não se faz apenas por via consciente e racional, mas também por meio de outras maneiras de conhecer e aprender.
O desenvolvimento não é universal, ele também é feito, produzido cotidianamente, moldado a partir da nossa experiência em determinada cultura. Aquilo que os antropólogos vêm chamando de cultura não pode deixar de lado esse elemento "corpo" sob o qual se assentam as culturas, e esse corpo que se constitui ao passo da vivência cultural.
            Que concepções de corpo são mobilizadas nessas relações entre desenvolvimento e aprendizagem?
·       Corpo organismo (dimensão anátomo-fisiológica);
·       Corpo como construção histórico-cultural.

De que corpo(s) trata a Educação Física na Educação Básica, incluindo a Educação Infantil?

Uma reflexão final...

“É necessário reconciliar a continuidade do processo evolutivo com o entendimento de que vivermos uma vida que se coloca além do “meramente animal”. Isso não pode ser realizado pela redução do estudo da humanidade seja a uma pesquisa da natureza e evolução da espécie homo sapiens, seja a uma investigação da condição humana conforme manifestada na cultura e na História. Nossa meta deveria transcender a oposição entre essas concepções que têm se mantido tradicionalmente como territórios exclusivos da ciência natural e das humanidades. Em outras palavras, precisamos estudar a relação entre seres humanos e ser humano” (VAZ et al., 2014, p 56 apud INGOLD, 2010).

As atividades foram encerradas aproximadamente às 12 horas.

Referência


VAZ, Alexandre F.; RICHTER, Ana C.; BASSANI, Jaison. J. Aprendizagem e Desenvolvimento. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2014. 56 slides: color. Slides gerados a partir do software Power Point.

Nenhum comentário: